Insetos pré-históricos são encontrados presos em âmbar

Grande depósito de âmbar revelou a presença de uma floresta úmida há 112 milhões de anos no atual território do Equador
Alessandro Di Lorenzo18/09/2025 15h44
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Imagem: Communications Earth & Environment
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O maior depósito de âmbar do Cretáceo já encontrado na América do Sul revelou como era a vida em uma floresta úmida há 112 milhões de anos no atual território do Equador. No local, pesquisadores encontraram vestígios de insetos pré-históricos e de plantas.

As descobertas ajudam a entender mais sobre o supercontinente Gondwana. Ele existiu entre o fim do Neoproterozoico e o Cretáceo, reunindo terras que hoje correspondem à América do Sul, África, Antártida, Austrália, Índia e a Península Arábica.

Descoberta revelou presença de uma floresta úmida há 112 milhões de anos (Imagem feita com inteligência Artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

Foram encontrados vestígios de diversos insetos

  • Durante o trabalho, os cientistas analisaram 60 amostras de âmbar coletadas na pedreira Genoveva, na província de Napo.
  • Nelas, foram encontradas moscas, besouros, vespas, percevejos, um fragmento de teia de aranha e até um tricóptero, inseto ligado a ambientes aquáticos.
  • Também foram identificados pólen, esporos e folhas fósseis, incluindo os registros mais antigos de angiospermas no noroeste da América do Sul.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Communications Earth & Environment.

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Diversas espécies foram encontradas preservadas no âmbar (Imagem: Communications Earth & Environment)

Ecossistema ficava no sul de Gondwana

As análises químicas indicaram que o âmbar se originou de coníferas da família Araucariaceae, parentes distantes do pinheiro-do-paraná. A formação ocorreu em um ambiente úmido, repleto de samambaias e cicadófitas, sem evidências de queimadas.

Até agora, quase todos os grandes depósitos de âmbar com inclusões haviam sido descritos no hemisfério norte. A descoberta preenche uma lacuna importante, permitindo estudar a biodiversidade e os ecossistemas do sul de Gondwana em um período marcado pela expansão das florestas resinosas.

Até hoje, quase todos os grandes depósitos de âmbar com inclusões haviam sido descritos no hemisfério norte (Imagem: Lermot/Shutterstock)

O material foi datado em cerca de 112 milhões de anos, no intervalo conhecido como “Cretaceous Resinous Interval”. Apesar das conclusões, o número reduzido de inclusões limita análises mais aprofundadas sobre a fauna antigo. Além disso, o contato prolongado com petróleo alterou parte da composição do âmbar.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

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