O câncer de mama é o tipo de câncer mais comuns em mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a taxa de incidência é de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres. A incidência tende a crescer de forma progressiva a partir dos 40 anos.
Além disso, a doença é um tumor maligno com potencial de invadir outros órgãos, sendo também a causa mais frequente de morte nessa população, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Para combatê-la, assim como outras doenças, a melhor forma é a prevenção, utilizando meior de detectá-la o mais cedo possível, através de exames como a mamografia.
Além do autoexame de mama, que é uma forma de identificar possíveis alterações nos seios, como nódulos, inchaços e alterações na textura, a mamografia é essencial, pois consegue detectar algo diferente que não pode ser sentido ao toque. Veja abaixo mais informações sobre esse exame tão importante!
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Mamografia: como o exame determina quem tem o câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença que acontece quando as células da mama se dividem de forma descontrolada, formando um tumor que pode invadir outros órgãos. A maioria dos casos começa nos lóbulos ou ductos da mama; as células anormais se acumulam, formando um nódulo.
Os principais sinais do câncer de mama são:
- Aparecimento de um nódulo na mama;
- Irritação ou irregularidades na pele da mama;
- Dor ou inversão do mamilo;
- Vermelhidão ou descamação do mamilo ou pele da mama;
- Saída de secreção pelo mamilo;
- Caroço nas axilas.
A doença pode se espalhar para os gânglios linfáticos ou para outras partes do corpo, como ossos, pulmão e fígado, chamado de metástase. Mesmo quando detectados de forma precoce, cerca de 30% dos casos de câncer de mama se tornam metastáticos.
O que é a máquina de mamografia e como ela funciona?
A máquina que faz a mamografia é chamada de mamógrafo, e é um aparelho que usa raios-x para obter imagens do tecido mamário. O mamógrafo emite raios-x em doses baixas, que atravessam o tecido mamário e são absorvidos por algumas das estruturas anatômicas.
A radiação que não é absorvida colida com uma placa embaixo da mama, o que forma imagens em preto, branco e cinza. Existem mamógrafos analógicos e digitais: os analógicos imprimem a imagem em um filme, enquanto os digitais enviam a imagem diretamente para um computador.

Como o exame é feito?
Na hora da mamografia, a paciente precisa remover as roupas e acessórios da cintura para cima, que interfiram na imagem. Também não é recomendado usar produtos na região das axilas e nas mamas, como desodorantes, talcos ou loções.
A paciente é posicionada em pé, de forma que a mama fique entre as duas placas do mamógrafo, onde as imagens serão capturadas. As placas comprimem a mama de forma delicada por alguns segundos, movimento necessário para gerar uma imagem mais clara. O procedimento é simples e pode ser desconfortável, mas a sensação é passageira.
Com a compressão, usa-se um aparelho de raio-x de baixa dose de emissão para capturar as imagens em diferentes ângulos. Durante a mamografia, a paciente deve ficar imóvel, e até prender a respiração brevemente em alguns momentos, para evitar a distorção das imagens.
O que a mamografia pode detectar?
A mamografia pode detectar o câncer de forma precoce, quando ele ainda é pequeno, em média de 6 a 10 anos antes que o nódulo maligno possa ser sentido. Essa época é quando a chance de cura é maior, e o tratamento é mais fácil.
O exame é capaz de identificar uma série de anormalidades nas mamas, como nódulos, calcificações, assimetrias e distorções da arquitetura mamária normal. Mesmo sendo um método de alta eficácia para rastreamento e diagnóstico, há situações em que é preciso exames adicionais.

Mulheres com tecido mamário denso, ou achados suspeitos, podem ser casos em que o médico acha melhor solicitar também a realização de uma ultrassonografia ou ressonância magnética.
O resultado do exame é indicado pela categoria BI-RADS, que vai de 0 a 6, sendo 0 para inconclusivo e 6 para certeza de risco de malignidade.
Quando a mulher deve começar a fazer a mamografia?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o Cólégio Brasileiro de Radiologia, a mamografia é recomendada para mulheres assintomáticas, de risco habitual, a partir dos 40 anos.
Contudo, o Ministério da Saúde indica o exame a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos de idade. O rastreamento pode começar mais cedo e acontecer com mais frequência para pacientes com alto risco, como histórico familiar de câncer de mama precoce ou mutações.
Por cada caso ser único, as decisões sobre os exames da mama devem ser tomadas em conjunto com o médico, levando em conta o histórico de saúde individual, fatores de risco, preferências pessoais e acesso aos serviços de saúde.

Câncer de mama deu positivo. E agora?
Depois de receber um diagnóstico positivo de câncer de mama, a mulher precisa consultar um mastologista e um oncologista para traçar um plano de tratamento. Esse tratamento é personalizado conforme o estágio da doença, a localização do nódulo e a saúde da paciente.
O tratamento pode ser feito de forma local ou sistêmica, incluindo quimioterapia, cirurgia, radioterapia, terapia alvo e terapia hormonal. Além disso, o prognóstico do câncer de mama depende de diversos fatores, como o estágio da doença, a presença de metástases e a idade da paciente.
Para concluir qual o estágio da doença, o médico oncologista pode pedir exames adicionais, como:
- Hemograma completo;
- Ultrassom das mamas;
- Mamografia;
- Ressonância magnética;
- Varredura óssea;
- Tomografia computadorizada;
- Tomografia por emissão de pósitrons.
O câncer de mama é considerado curado quando a paciente permanece em remissão completa por cinco anos ou mais. Seu risco de morte acontece por conta da progressão da doença, que pode levar à metástase, que é a disseminação do tumor para outras regiões do corpo.

Mesmo que seja raro, meninas adolescentes podem sim ter câncer de mama, já que a doença pode acontecer em qualquer idade. Nesse período da vida, o câncer de mama corresponde a 1% de todos os cânceres pediátricos. Contudo, é mais comum se apresentar em mulheres na pós-menopausa.