Microsoft promete construir o data center de IA mais avançado do mundo

A Microsoft vai investir bilhões em dois grandes data centers nos EUA, que terão milhares de chips da Nvidia e formarão supercomputador de IA
Ana Luiza Figueiredo18/09/2025 17h26, atualizada em 18/09/2025 19h17
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(Imagem: ShU studio / Shutterstock.com)
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A Microsoft confirmou que vai ampliar seus investimentos em infraestrutura de nuvem nos Estados Unidos, destinando US$ 4 bilhões para a construção de um segundo data center em Wisconsin. Com isso, o total aplicado no estado ultrapassará US$ 7 bilhões, somando-se aos US$ 3,3 bilhões já destinados ao primeiro centro de dados na cidade de Mount Pleasant.

Segundo a empresa, o primeiro data center deve começar a operar no início de 2026, enquanto o segundo está previsto para entrar em funcionamento a partir de 2027. Ambos terão como foco principal o suporte a aplicações de inteligência artificial (IA), com milhares de chips de última geração da Nvidia. O projeto é considerado pela companhia como o data center de IA mais avançado do mundo.

Capacidade dos data centers e poder de processamento de IA

O primeiro complexo em Wisconsin terá três edifícios que somam 1,2 milhão de pés quadrados em 315 acres, com capacidade para abrigar centenas de milhares de GPUs Nvidia Blackwell GB200. Essas unidades se conectam em velocidades de terabytes por segundo, o que, segundo a Microsoft, permitirá treinar modelos de IA mais avançados do que qualquer outro já desenvolvido.

De acordo com Brad Smith, presidente da Microsoft, a infraestrutura reúne não apenas o poder das GPUs, mas também o sistema de rede e interconexão entre os processadores, elementos que tornam o projeto único. “Você coloca tudo isso junto e torna possível treinar modelos de IA mais avançados do que nunca”, afirmou.

Data centers da Microsoft em Wisconsin utilizarão centenas de GPUs Nvidia Blackwell GB200 (Imagem: Nvidia)

Com os dois data centers, a expectativa é de geração de até 800 empregos permanentes quando as operações estiverem em plena atividade. No pico da construção, milhares de trabalhadores devem ser contratados, incluindo profissionais como encanadores industriais e eletricistas. “Tudo o que construímos precisa ser operado e mantido. Esses são bons empregos”, disse Smith à Reuters.

Consumo de energia e sustentabilidade

A instalação exigirá um consumo energético significativo, estimado em mais de 900 megawatts quando os dois centros estiverem em plena operação. Para compensar esse impacto, a Microsoft pretende igualar a energia de fontes fósseis utilizada com a mesma quantidade de energia limpa injetada na rede elétrica local.

Um parque solar em construção a cerca de 240 km fornecerá 250 megawatts de energia, enquanto parte da demanda será suprida por gás natural liquefeito. Para evitar impacto na tarifa local, a Microsoft também negociou tarifas diferenciadas de energia diretamente com a concessionária WE Energies, arcando com custos adicionais sem repassá-los à população.

Os data centers serão parcialmente alimentados por um parque solar em construção (Imagem: bombermoon/Shutterstock.com)

Outro destaque é o sistema de resfriamento híbrido. Mais de 90% da instalação contará com um circuito fechado que reutiliza a água e os produtos químicos inseridos na construção, sem necessidade de reabastecimento constante. O restante utilizará ar externo e só recorrerá à água em dias de calor extremo. Assim, o consumo total anual será equivalente ao de um restaurante médio — ou, em períodos críticos, ao que um campo de golfe de 18 buracos consome em uma semana de verão.

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O terreno em Mount Pleasant, onde o primeiro data center está sendo construído, foi originalmente destinado a uma fábrica de US$ 10 bilhões da Foxconn, anunciada em 2017 durante o mandato de Donald Trump. O plano, no entanto, foi drasticamente reduzido ao longo dos anos.

Pessoa usando o Copilot num celular
Microsoft tornará os futuros data centers em um hub estratégico para sua computação em nuvem e IA (Imagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock)

Agora, o local atrai novamente os holofotes ao se transformar em um hub estratégico para a computação em nuvem e inteligência artificial. O governador de Wisconsin, Tony Evers, destacou que o estado abrigará a maior concentração de GPUs sob um mesmo teto, reforçando o impacto do investimento na economia local e no setor de tecnologia.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.