A evolução humana não acabou – e pode estar mudando de rumo

Estudo sugere que a cultura está substituindo a genética como principal força evolutiva e pode transformar sociedades em “superorganismos”
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 19/09/2025 06h40
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Imagem: Pictrider/Shutterstock
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A clássica imagem da “Marcha do Progresso” sugere que a evolução humana terminou conosco, mas essa visão está incorreta. Segundo um novo estudo da Universidade do Maine, nos Estados Unidos, a humanidade pode estar no meio de uma grande transição evolutiva, na qual a cultura se torna o principal motor de adaptação.

“A evolução humana parece estar mudando de marcha”, explica Tim Waring, professor associado da universidade.

Imagem representando homo sapiens caminhando juntos, em alusão à evolução humana
Cientistas revelaram que estamos no meio de uma grande mudança evolutiva (Imagem: frank60/Shutterstock)

Waring e o coautor Zachary Wood defendem que os humanos estão evoluindo de organismos genéticos individuais para grupos culturais que funcionam como superorganismos, semelhantes a formigueiros ou colmeias.

Eventos como a pandemia de Covid-19, em que sociedades inteiras atuaram coletivamente, seriam exemplos desse comportamento emergente.

Da genética à evolução cultural

  • Os pesquisadores argumentam que, ao longo da história, avanços como agricultura, infraestrutura, vacinas e hoje edição genética mostram que a evolução cultural supera a genética em velocidade e impacto.
  • “A cultura resolve problemas muito mais rapidamente do que a evolução genética”, diz Waring.
  • Eles também apontam que nossas sociedades já previnem ou neutralizam pressões seletivas naturais – óculos, cesarianas e tecnologia médica permitem que genes antes limitantes deixem de ser um obstáculo.
  • Isso reforça a ideia de que o bem-estar humano depende cada vez mais dos sistemas culturais, não apenas da biologia.
Pesquisadores afirmam que a humanidade está migrando de indivíduos genéticos para grupos culturais cada vez mais cooperativos (Imagem: Kar-Tr/iStock)

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A evolução nem sempre é benéfica

Apesar do tom otimista, os autores alertam que evolução não é sinônimo de progresso: ela pode gerar tanto soluções benéficas quanto resultados destrutivos. O próximo passo da pesquisa é desenvolver modelos matemáticos para medir a velocidade dessa transição.

O estudo foi publicado na revista BioScience.

Novo estudo indica que avanços tecnológicos e sociais estão redefinindo o rumo da evolução humana e acelerando nossa adaptação ao mundo – Imagem: jamesteohart/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.