Descoberta pode revolucionar combate ao câncer de pâncreas

Pesquisadores descobriram que "desativar" duas proteínas pode tornar o tratamento contra o câncer mais eficaz
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 19/09/2025 09h24
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(Imagem: Lightspring/Shutterstock)
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O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) é o tipo mais comum de câncer de pâncreas. Com uma taxa de sobrevivência global de cerca de 13%, é também um dos tumores mais mortais, sendo resistente a quase todas as formas de tratamento, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

No entanto, um novo estudo liderado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, identificou uma forma de enfraquecer a doença. Ao “desativar” duas proteínas, a equipe descobriu uma estratégia de tratamento mais eficaz contra o câncer.

ilustração digital de um câncer de pele se desenvolvendo no corpo
Cientistas encontraram uma forma de “enfraquecer” tumores (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Duas proteínas foram alvo dos pesquisadores

  • Os pesquisadores se concentraram em duas proteínas: fator efetor redox-1 (Ref-1) e peroxirredoxina-1 (PRDX1).
  • Ambas são abundantes em tumores pancreáticos e atuam criando uma maior resistência ao tratamento.
  • Enquanto o primeiro age auxiliando no crescimento dos tumores, o segundo realiza um trabalho de limpeza, garantindo a continuidade do avanço do câncer.
  • A ideia dos pesquisadores foi impedir a atuação desta última proteína.
  • Dessa forma, o caminho ficou aberto para o bloqueio da ação da Ref-1.
  • Os resultados do estudo foram publicados na revista Redox Biology.

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Ilustração de moléculas de proteína
Proteínas são uma peça-chave no novo tratamento (Imagem: Sebastian Kaulitzki/Shutterstock)

Outros tipos de câncer também podem ser combatidos

Quando as duas proteínas foram “contidas”, os pesquisadores descobriram que as células cancerígenas do pâncreas se tornaram muito mais sensíveis. Em outras palavras, o estudo conseguiu interromper a sobrevivência das células tumorais, criando uma nova forma de combater o câncer.

Os testes foram realizados em camundongos e revelaram resultados promissores. Já em tecidos humanos, as amostras de tumores de pacientes apresentaram níveis mais altos de Ref-1 e PRDX1 em comparação com os tecidos normais, confirmando a ideia dos cientistas.

Descoberta pode ajudar no combate aos tipos de câncer mais resistentes (Imagem: Shutterstock/Lightspring)

Esta pesquisa nos mostra uma nova vulnerabilidade no câncer de pâncreas. Isso abre a porta para o desenvolvimento de terapias combinadas que podem funcionar melhor do que qualquer coisa atualmente disponível, não apenas para o câncer de pâncreas, mas potencialmente também para outros cânceres agressivos.

Melissa Fishel, coautora do estudo

Apesar das descobertas, a própria equipe admite que há limitações no estudo. Por conta disso, defendem a necessidade de pesquisas mais amplas e de testes realizados em humanos para garantir que o tratamento é eficaz e seguro.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.