Destruir asteroide é a melhor opção para impedir colisão com a Lua, propõe estudo

Pesquisadores acreditam que jogar uma bomba nuclear no asteroide 2024 YR4 é a melhor saída para evitar um possível impacto
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia 22/09/2025 14h43, atualizada em 22/09/2025 15h58
Uma visualização dramática do asteroide 2024 YR4 atravessando o espaço em direção à Lua, com a Terra visível ao fundo.
Uma visualização dramática do asteroide 2024 YR4 atravessando o espaço em direção à Lua, com a Terra visível ao fundo. Imagem gerada por inteligência artificial / Shutterstock
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Descoberto em dezembro do ano passado, o asteroide 2024 YR4 vem sendo monitorado com preocupação por cientistas nos últimos meses. Isso porque a rocha espacial, que antes poderia colidir com a Terra em 2032, pode acabar atingindo a Lua.

Segundo as mais recentes projeções, as chances de impacto são de 4,3% (e aumentando). Por conta disso, um novo estudo defende a adoção de uma medida drástica: destruir o objeto.

Imagem do asteroide 2024 YR4 obtida pelo Very Large Telescope do ESO (VLT) (Imagem: ESO/O. Hainaut)

Asteroide tem o tamanho de um prédio de 10 andares

  • O asteroide 2024 YR4 tem entre 53 e 67 metros de comprimento, mais ou menos o tamanho de um prédio de 10 andares.
  • Estudos recentes mostram que a rocha provavelmente veio do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
  • Aos poucos, ela foi puxada para uma órbita próxima da Terra.
  • Desde abril, o objeto está muito distante e fraco para ser observado, mas deve reaparecer em 2028, quando será novamente monitorado.
  • Na próxima aparição, astrônomos pretendem coletar mais informações sobre a composição e o formato do asteroide.
  • Esses dados ajudam a entender como esses corpos celestes se comportam e o que pode acontecer em caso de impactos.

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O asteroide 2024 YR4 tem cerca de 55 metros, de acordo com as estimativas (Imagem: Asteroid Day Brasil)

Trabalho defende lançar uma bomba nuclear contra a rocha

De acordo com os pesquisadores, uma eventual colisão não traria efeitos diretos ao nosso planeta. No entanto, poderia causar prejuízos importantes para os satélites em órbita da Terra. Além disso, o impacto poderia gerar uma chuva de meteoros que também danificaria os equipamentos espaciais.

Dessa forma, o estudo discute as possibilidades para evitar que o pior cenário se concretize. Uma das opões levantadas é alterar o rumo do asteroide. O grande problema é que não sabemos exatamente quanto o objeto pesa, algo fundamental para pôr em prática uma estratégia do tipo. Uma missão de reconhecimento poderia resolver a questão, mas demandaria muito tempo para ser planejada. Por outro lado, simplesmente desviar a rocha não eliminaria completamente os riscos.

Lua
Chances de impacto com a Lua estão aumentando (Imagem: Dr K Kar/iStock)

Outra alternativa é mais drástica. Segundo os cientistas, lançar uma bomba nuclear de um megaton seria suficiente para destruir o 2024 YR4. Nesse caso, o peso do asteroide não seria um problema. Além disso, conforme destaca o site Universe Today, já testamos uma detonação do tipo antes, quando os EUA lançaram a bomba Starfish Prime a 400 km de altitude em 1962 para investigar os efeitos de uma grande explosão nuclear no espaço. Embora isso nunca tenha sido usado contra um asteroide, a física afirma que é possível.

A proposta foi descrita em estudo disponível no repositório de pré-impressão arXiv, onde aguarda revisão de pares. Nele, os cientistas ainda apontam que só teremos certeza de uma colisão com a Lua até 2028, mas que esperar até lá para agir não é uma opção. Para eles, o quanto antes tomarmos uma atitude, mais chances de sucesso teremos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.