Gravadoras acusam Suno de pirataria para treinar IA de música

Universal, Sony e Warner alegam que a empresa usou músicas “ripadas” do YouTube em seus modelos de IA sem autorização
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 22/09/2025 19h20
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Imagem: Ralf Liebhold/Shutterstock
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As principais gravadoras — Universal, Sony e Warner — ampliaram o processo contra a startup Suno, alegando que ela copiou ilegalmente músicas do YouTube para treinar seus modelos de IA generativa.

A ação judicial contra a empresa de IA já havia sido aberta no ano passado, com a alegação de que o uso indevido de músicas era prejudicial a diversos artistas.

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Processo contra a Suno questiona se o uso de músicas protegidas para treinar modelos de IA é “uso justo” ou pirataria (Imagem: Something Special/ Shuttestock)

Acusações de pirataria e quebra de criptografia

Na queixa revisada, apresentada em 19 de setembro, a Associação da Indústria Fonográfica da América (RIAA) afirma que a Suno “ripou” faixas da plataforma, burlando a criptografia de proteção do YouTube, conhecida como “cifra contínua”.

A denúncia alega que a empresa usou código para acessar e baixar obras protegidas por direitos autorais, violando os termos de serviço do YouTube e as regras da Seção 1201 do DMCA, que proíbe a quebra de barreiras tecnológicas para acessar conteúdo protegido.

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Associação diz que a Suno quebrou criptografia do YouTube para copiar músicas e pede indenizações milionárias – Imagem: Suno

Debate sobre uso justo e impacto jurídico

  • A Suno, que não divulga seus conjuntos de dados de treinamento, afirma que seu uso é protegido pela doutrina do “uso justo”.
  • No entanto, a RIAA argumenta que a empresa realizou uma violação “em larga escala”, inserindo “décadas das gravações sonoras mais populares do mundo” em seus modelos sem autorização.
  • A entidade pede US$ 2.500 em danos por cada ato de evasão e até US$ 150 mil por obra violada.

O caso pode se tornar um marco para definir os limites do treinamento de IA com conteúdo protegido, semelhante às disputas recentes envolvendo editoras e outras empresas de IA.

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Batalha legal envovlendo gravadoras e a Suno pode redefinir o papel da IA na indústria musical – Imagem: Thongden Studio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.