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A NASA anunciou a conclusão bem-sucedida de um experimento que pode transformar a forma como a humanidade se comunica com naves espaciais em missões de longa distância. A tecnologia de comunicações ópticas em espaço profundo, conhecida como Deep Space Optical Communications (DSOC), foi testada a bordo da missão Psyche e completou seu 65º e último ensaio após dois anos de operações.
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Segundo a agência, o sistema trocou sinais a laser a uma distância de 351 milhões de quilômetros, superando todas as metas técnicas estabelecidas, diz um comunicado da NASA.
“A NASA está colocando os Estados Unidos no caminho para Marte e o avanço das tecnologias de comunicação a laser nos aproxima da possibilidade de transmitir vídeos em alta definição e enviar dados valiosos da superfície marciana mais rápido do que nunca”, afirmou Sean Duffy, administrador interino da agência. “A tecnologia desbloqueia descobertas e estamos comprometidos em testar e provar as capacidades necessárias para viabilizar a Era Dourada da exploração.”
Transmissão em fótons entre NASA e Psyche
- O DSOC utiliza feixes de laser para codificar informações digitais em pulsos de luz, substituindo as frequências de rádio usadas há décadas pela Deep Space Network;
- O sistema permite que dados viajem milhões de quilômetros com alta eficiência;
- Para isso, um laser de alta potência localizado na instalação de Table Mountain, na Califórnia (EUA), envia o sinal inicial, que é captado pelo transceptor da Psyche. A nave, então, direciona seu próprio feixe de volta a telescópios terrestres, onde detectores sensíveis capturam a luz fraca e sistemas avançados de decodificação reconstroem os dados originais;
- Ao longo dos testes, o DSOC transmitiu 13,6 terabits de informações — volume considerado muito acima das expectativas, de acordo com a NASA;
- Um dos marcos foi alcançado em 11 de dezembro de 2023, apenas dois meses após o lançamento, quando a sonda transmitiu um vídeo em ultra-alta definição a 30,6 milhões de quilômetros, com taxa de 267 megabits por segundo, mais rápida que muitas conexões residenciais de internet;
- Em 3 de dezembro de 2024, um novo recorde foi estabelecido, com o envio de dados a 494 milhões de quilômetros, distância superior à média entre Terra e Marte.
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Desafios e inovações
Os testes enfrentaram obstáculos, como a necessidade de extrema precisão no apontamento dos feixes de laser, agravada pelo movimento constante da Terra e da Psyche, além de condições adversas de clima e incêndios florestais no sul da Califórnia.
Para contornar parte dessas dificuldades, foi utilizada uma antena experimental híbrida de rádio e laser no complexo de comunicações espaciais de Goldstone, também na Califórnia. O equipamento testou novas formas de captura de sinal, apontando para sistemas futuros que podem combinar ambas as tecnologias para oferecer maior resiliência em missões mais distantes.
“As necessidades de transferência de dados evoluem com a exploração espacial”, destacou Kevin Coggins, administrador adjunto do programa Space Communications and Navigation (SCaN) da NASA, em comunicado.
“As futuras missões exigirão que astronautas enviem imagens em alta resolução e dados de instrumentos da Lua e de Marte para a Terra. Reforçar nossas capacidades de comunicação por rádio com os benefícios das comunicações ópticas permitirá que a NASA atenda a esses novos requisitos.”
Com o encerramento dos testes, a agência avalia que a comunicação a laser poderá desempenhar papel central em missões tripuladas a Marte e em outras iniciativas de exploração em regiões cada vez mais distantes do Sistema Solar.
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