Foto de uma Lua Cheia Crédito: Djenev - Shutterstock
Você sabia que existe água na Lua? Apesar de ainda não ser possível estimar a quantidade total disponível, a descoberta feita pela missão Chang’e-6 é importante, pois demonstra que o nosso satélite não é um corpo totalmente seco e que essa água pode, no futuro, ser utilizada.
O estudo publicado na revista Nature Astronomy destaca como os ventos solares – que são responsáveis por levar partículas que podem formar água – e o impacto de meteoritos, que remexem o solo lunar e ajudam a espalhar essa água, contribuem para sua formação e distribuição.
Segundo o XinhuaNet, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade do Havaí analisaram dados coletados no local onde a sonda Chang’e-6 pousou e perceberam que, nas áreas em que os jatos de pouso mexeram o solo, a temperatura e a quantidade de água eram diferentes, porque o pó fino levantado do solo foi redistribuído.
Esses jatos levantaram camadas de solo de milímetros a centímetros, permitindo aos pesquisadores estudar a água que fica logo abaixo da superfície.
O estudo mostrou:
A missão Chang’e-6 fez a coleta na Bacia de Aitken, em 2024, no polo sul e no lado oculto da Lua. A missão anterior, a Chang’e-5, pousou no Oceano das Tempestades em 2020, na parte noroeste da Lua.
Outra descoberta dos pesquisadores é que a quantidade de água varia ao longo do dia lunar, com o menor valor registrado ao meio-dia local. Para eles, a diferença está relacionada ao tipo de solo, tamanho das partículas, profundidade e horário, demonstrando que os ventos solares e os impactos de meteoritos controlam a distribuição da água.
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“Nossas descobertas destacam o papel da implantação do vento solar e da jardinagem de impacto na formação e distribuição de água na superfície e no subsolo lunar, com implicações para outros corpos sem ar, como Mercúrio, Vesta e objetos próximos à Terra”, explicam os pesquisadores na conclusão do estudo.
Outras duas missões chinesas continuarão a explorar o solo lunar. A Chang’e-7 e a Chang’e-8 devem partir em 2026 e 2029, respectivamente, para explorar regiões ainda mais ao sul da Lua e testar se é possível aproveitar os recursos para abastecer a Estação Internacional de Pesquisa Lunar, que deve começar a ser construída em 2035.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de setembro de 2025 20:55