Interpol realiza megaoperação contra crimes cibernéticos

Ações foram realizadas em 40 países e territórios, inclusive no Brasil, e resultaram na recuperação de US$ 342 milhões
Alessandro Di Lorenzo24/09/2025 14h56
Pessoa com capuz atrás de um notebook
Vítimas em potencial pode ter chegado a 250 (Imagem: TwinD/Shutterstock)
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Combater os crimes cibernéticos é um dos principais desafios das autoridades de segurança do mundo todo. Com a popularização da inteligência artificial, a atuação dos criminosos se tornou ainda mais perigosa e de difícil detecção.

Isso não significa que eles não sejam rastreáveis. Uma megaoperação coordenada pela Interpol em 40 países e territórios resultou na recuperação de US$ 342 milhões (cerca de R$ 1,8 trilhão), além de US$ 97 milhões (mais de R$ 515 milhões) em ativos físicos e virtuais.

Alerta de phishing
Criminosos também atuavam no comprometimento de e-mails comerciais (Imagem: Visuals6x/Shutterstock)

Sete crimes cibernéticos foram alvo das autoridades

  • A Operação HAECHI VI teve como alvo sete tipos de crimes financeiros cibernéticos.
  • Foram eles: phishing de voz, golpes românticos, sextorsão online, fraude de investimento, lavagem de dinheiro associada a jogos de azar online ilegais, comprometimento de e-mail comercial e fraude de comércio eletrônico.
  • Os investigadores conseguiram detectar e interromper fraudes online, bem como atividades de lavagem de dinheiro, bloqueando mais de 68 mil contas bancárias associadas ao grupo criminosos.
  • Além disso, foram congeladas aproximadamente 400 carteiras de criptomoedas.
  • As informações foram divulgadas pela própria Interpol.

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Criptomoedas
Operação mirou carteiras de criptomoedas utilizadas pelos criminosas (Imagem: Wit Olszewski/Shutterstock)

Ações também foram realizadas no Brasil

Em Portugal, as autoridades desmantelaram um sindicato que envolvia vários grupos interligados que desviavam fundos destinados a apoiar famílias vulneráveis. No total, 45 suspeitos foram presos por acessar ilegalmente contas de previdência social e alterar dados bancários, o que resultou no roubo de 228 mil euros (cerca de R$ 1,4 milhão) de 531 vítimas.

Já na Tailândia, foram apreendidos US$ 6,6 milhões (R$ 35 milhões) em ativos roubados, marcando a maior recuperação de um único caso no país até o momento. Os golpistas atuavam no comprometimento de e-mails comerciais e conseguiram até enganar uma grande corporação japonesa para transferir fundos para um parceiro de negócios fictício com sede em Bangkok.

brasil ataque hacker
Fraudes bancárias no Brasil também foram alvo da operação global (Imagem: Novikov Aleksey/Shutterstock)

Ações contra os crimes cibernéticos foram realizadas também no Brasil. Por aqui, um grupo criminoso envolvido em fraudes bancárias foi desarticulado. A Interpol não divulgou maiores informações sobre a operação realizada por aqui.

Embora muitas pessoas acreditem que os fundos perdidos em fraudes e golpes são muitas vezes irrecuperáveis, os resultados das operações da HAECHI demonstram que a recuperação é realmente possível. Este é um excelente exemplo de como a cooperação global pode proteger as comunidades e salvaguardar os sistemas financeiros.

Theos Badege, diretor do Centro de Crimes Financeiros e Anticorrupção da Interpol
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.