Álcool: levantamento nacional mostra alta entre adolescentes e excesso em adultos (Imagem: Sabphoto / Shutterstock)
O consumo de álcool entre adolescentes brasileiros voltou a crescer nos últimos anos, segundo dados de pesquisada da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, divulgada pelo G1. O levantamento faz parte do 3º Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizado em 2023 com 16.608 participantes de todas as regiões do Brasil.
De acordo com a pesquisa, 5,7% dos adolescentes já apresentam transtorno pelo uso de álcool, um aumento em relação a 2012, quando a taxa era de 4,6%. Em 2006, esse número havia sido ainda maior, com 8% dos jovens em situação de risco. A pesquisa também aponta que, embora o número total de bebedores adultos tenha diminuído, episódios de consumo pesado continuam em alta em todas as idades.
Um dos pontos mais alarmantes do estudo é a precocidade no contato com bebidas alcoólicas. Mais da metade da população (56%) experimentou álcool pela primeira vez antes dos 18 anos, apesar da proibição de venda para menores. Além disso, 25,5% começaram a beber regularmente ainda na adolescência.
A pesquisa também mostrou que a proporção de meninas adolescentes com transtorno relacionado ao álcool é maior do que a de meninos, contrariando a ideia de que o consumo problemático seria mais prevalente apenas entre homens.
Outro dado relevante é que a cerveja aparece como a bebida mais associada a padrões de risco e transtornos relacionados ao uso de álcool. Entre os consumidores, 31% apresentaram uso de risco e 28,6% foram classificados com dependência.
Destaques sobre o consumo de álcool no Brasil
Embora o levantamento mostre uma queda no número total de adultos que consomem bebidas alcoólicas — passando de 50,2% em 2006 para 42,5% em 2023 —, a prática de consumo abusivo continua em alta.
Entre os homens que bebem, 68,8% relatam consumir seis ou mais doses em uma única ocasião, contra 47,7% das mulheres. O padrão de uso associado a intoxicação aguda, acidentes e outros desfechos adversos foi registrado em 34,7% de toda a população adulta.
Outro dado relevante é que cerca de 19,9 milhões de brasileiros afirmaram querer reduzir o consumo de álcool, enquanto 12,6 milhões já buscaram algum tipo de ajuda ou tratamento para lidar com o problema.
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe nível de consumo de álcool considerado totalmente seguro em qualquer idade, reforçando a necessidade de políticas públicas de prevenção e conscientização.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de setembro de 2025 20:06