Ex-chefe da Meta diz que “empresas de tecnologia devem ficar longe da política”

Nick Clegg alertou para riscos de segurança que podem surgir quando a política interfere no setor tecnológico
Leandro Costa Criscuolo26/09/2025 17h51
nick clegg
Imagem: Ms Jane Campbell/Shutterstock
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O ex-chefe de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, defendeu que empresas de tecnologia mantenham distância da política, afirmando que a intervenção das companhias no espaço público deve gerar “desconforto” na sociedade.

“Geralmente, não acho que política e inovação tecnológica combinem muito bem”. A declaração foi feita ao programa Squawk Box, da CNBC, nesta sexta-feira (26). Antes da posição que ocupou na Meta, Clegg também esteve na política: foi o vice-primeiro-ministro do Reino Unido de 2010 a 2015.

Ao fundo, bandeira dos EUA e imagem de Donald Trump; à frente, logo do TikTok em um smartphone
Acordos como o de Trump com a China pelo TikTok podem enfraquecer os fluxos abertos que sustentam a internet, diz Clegg (Imagem: Saulo Ferreira Angelo / Shutterstock.com)

Tecnologia e política: um equilíbrio delicado

  • Clegg comentou o recente acordo do presidente Donald Trump com a China para manter o TikTok nos EUA, afirmando que dois pontos merecem atenção: a segurança dos dados americanos e a propriedade do algoritmo do aplicativo.
  • Ele destacou que seria “bastante difícil” compartilhar o algoritmo e questionou se os dados dos EUA estariam realmente protegidos da vigilância estrangeira.
  • O ex-executivo também criticou iniciativas governamentais de isolamento de dados, citando a lei indiana que exige que informações de cidadãos permaneçam no país.
  • “Se todos disserem: ‘Queremos nossa fatia do bolo de dados’, os fluxos abertos que impulsionam a internet começarão a se deteriorar”, alertou.
Ex-executivo da Meta diz que empresas de tecnologia devem manter distância da política (Imagem: Ms Jane Campbell/Shutterstock)

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Implicações globais para a internet

Clegg enfatizou que o relacionamento entre EUA e China pode ser o maior risco à internet global, observando que outros países poderiam seguir políticas semelhantes.

Ele citou a imagem do primeiro-ministro indiano Narendra Modi ao lado do presidente chinês Xi Jinping como exemplo de possíveis mudanças geopolíticas. Segundo ele, se a Índia imitar a China e isolar seus dados, isso seria “terrível para os princípios globais abertos nos quais a internet se baseava”.

Bandeiras de Estados Unidos e China
Caso do TikTok entre China e EUA pode representar risco para a internet global se outros países seguirem o mesmo caminho, avisa executivo – Imagem: Knight00730/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.