O processo de venda do TikTok para os Estados Unidos continua avançando. Nesta semana, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que formaliza os termos para a transferência as operações do aplicativo.
Enquanto a Casa Branca se mobiliza e anuncia novidades sobre o assunto a todo o momento, o governo da China adotou absoluto silêncio sobre a questão. Mas será que este comportamento pode indicar que o negócio, que visa evitar o banimento da rede social nos EUA, está em risco?

Pequim ainda pode voltar atrás na negociação
- Segundo reportagem da CNBC, o silêncio chinês preocupa porque o país ainda pode vetar o acordo.
- Após uma reunião recente entre os presidentes dos EUA e da China, Donald Trump anunciou que as partes haviam chegado a um entendimento.
- Antes disso, o líder chinês Xi Jinping falou em “negociações comerciais produtivas de acordo com as regras do mercado” e que “levassem em conta os interesses de ambos os lados”.
- Ele ainda pediu que a Casa Branca se abstivesse de “impor restrições comerciais unilaterais” e fornecesse “um ambiente aberto, justo e não discriminatório para os investidores chineses”.
- Desde então, o governo chinês optou pelo silêncio total sobre a questão.
- Na verdade, Pequim nunca confirmou o acordo de venda da rede social.
- A publicação afirma que isso pode não significar nada, com o país trabalhando nos bastidores para viabilizar a negociação.
- Mas é claro que há também a possibilidade de que os chineses não estejam tão satisfeitos com o acordo.
- Lembrando que Trump ampliou o prazo para finalizar os detalhes da venda da rede social em 120 dias.
- Até lá a estratégia da China pode ficar mais clara.
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O que prevê o acordo de venda da rede social
Segundo a Casa Branca, a nova versão do TikTok será administrada por um conselho formado, em sua maioria, por empresários norte-americanos. Um dos assentos ainda ficará com o MGX, um fundo controlado pela família real de Abu Dhabi. Por fim, a chinesa ByteDance, que é a responsável pelas operações hoje, ficará com uma participação limitada nas decisões.
A supervisão das atividades da rede social ficará a cargo da Oracle, que também fornecerá infraestrutura em nuvem para o armazenamento dos dados de usuários no país. A empresa ainda ficará responsável pelo algoritmo. A ferramenta será retreinada e não terá mais nenhum tipo de controle chinês. Este era um dos pontos mais sensíveis das discussões, uma vez que a Casa Branca acusava a ByteDance de enviar essas informações para Pequim, colocando em risco a segurança nacional.

Além da Oracle, liderada pelo cofundador Larry Ellison, o grupo de investidores conta com nomes de peso como a gestora de private equity Silver Lake, o empresário de mídia Rupert Murdoch e seu filho Lachlan, além de Michael Dell, CEO da Dell. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, não deve fazer parte do conselho.