A corrida pela inteligência artificial tem movimentado quantias monstruosas de dinheiro. São bilhões em investimentos destinados por diversos países do mundo. Tudo isso porque o setor é considerado estratégico para o futuro.
Apesar dos investidores enxergarem diversas oportunidades relacionadas à IA, há também quem esteja preocupado com a quantidade de recursos gastos pelos governos. Na verdade, muitos podem não ser capazes de pagar esta dívida.

Reequilibrar as contas pode não ser possível
Segundo informações da Reuters, a dívida pública dos Estados Unidos já ultrapassou a casa dos US$ 36 trilhões (mais de R$ 190 trilhões). Isso é o equivalente a 120% do PIB do país, o que significa que nem mesmo o valor total de todos os bens e serviços produzidos durante um ano seria suficiente para saldar a dívida.
Apesar deste cenário, o governo dos Estados Unidos adota uma estratégia de investimentos no setor de inteligência artificial. O objetivo é que isso renda frutos no futuro, mas não é difícil perceber que a postura também tenha os seus riscos.

Cenário semelhante é enfrentado pelos países da Europa. Recentemente, governos com o da Alemanha anunciaram fundos bilionários destinados para a construção de infraestruturas de IA no continente. Por outro lado, as nações estão aumentando os gastos com defesa em função dos temores de invasões russas.
De acordo com Antonio Cavarero, chefe de investimentos da Generali Asset Management, que administra US$ 430 bilhões em ativos, “a magnitude e a persistência desses compromissos fiscais em ambos os lados do Atlântico foram sem precedentes em comparação com os ciclos de mercado anteriores”. Se as apostas derem errado, podem ser necessários anos de cortes de gastos para tentar reequilibrar as contas.
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Existem boas oportunidades financeiras
- Por outro lado, alguns dos maiores investidores do mundo enxergam na IA uma série de oportunidades.
- Para Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth Management, muitos “subestimam o impacto que o estímulo poderia ter sobre os ativos reais e financeiros”.
- Energia nuclear, infraestrutura de energia, inovação em biotecnologia e defesa são indústrias que “não podem ser ignoradas pelo mercado”, acrescentou ele.
- Apesar disso, ele alerta: “em algum momento, precisaremos lidar com essas dívidas”.