A NASA determinou que funcionários envolvidos nas missões Artemis em parceria com as empresas SpaceX e Blue Origin continuem trabalhando durante a paralisação do governo estadunidense.
Segundo informações obtidas pela CNBC, embora permaneçam em atividade, esses empregados não receberão pagamento enquanto durar o shutdown, mas deverão registrar suas horas. O pagamento será feito posteriormente, após a reabertura do governo. A orientação foi transmitida em um e-mail enviado aos funcionários por Kelly Elliott, chefe de Recursos Humanos (RH) da agência.

Em memorando separado, enviado na segunda-feira (30), o diretor interino de finanças da NASA, Steve Shinn, detalhou quais operações seriam mantidas durante o período de paralisação.
Segundo ele, a agência continuará apoiando as “operações planejadas” da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), bem como missões de satélites que já estejam em fase operacional. Além disso, Shinn afirmou que os trabalhos relacionados às operações Artemis seguirão mesmo durante a suspensão do orçamento, incluindo atividades de funcionários e contratados.
Ainda de acordo com Shinn, cerca de 15 mil empregados da agência deverão ser colocados em licença não remunerada, enquanto aproximadamente três mil permanecerão em atividade, em tempo parcial ou integral, durante a paralisação.
Shutdown nos EUA impacta a NASA
- A suspensão das atividades do governo dos Estados Unidos começou na madrugada de quarta-feira (1), resultando na dispensa temporária de centenas de milhares de trabalhadores federais e na interrupção de diversos serviços e programas;
- Funcionários considerados “essenciais”, como agentes da Administração de Segurança no Transporte (TSA, na sigla em inglês) e controladores de tráfego aéreo, também são obrigados a continuar trabalhando;
- Em seu site, a NASA descreve o programa Artemis como uma campanha para “enviar astronautas a explorar a Lua em busca de descobertas científicas, benefícios econômicos e estabelecer a base para as primeiras missões tripuladas a Marte”. Os comunicados da agência nesta semana não detalharam os contratados envolvidos nas missões;
- A SpaceX, liderada por Elon Musk, obteve contratos importantes para o Artemis por meio do foguete Starship — o mais alto e mais potente já lançado;
- Desde abril de 2023, a empresa realizou dez voos de teste com o sistema completo do Starship, sendo cinco fracassos, um parcial e quatro bem-sucedidos. O próximo teste está previsto para 13 de outubro;
- A Blue Origin, de Jeff Bezos, também recebeu contrato da NASA para o desenvolvimento de um módulo lunar e seu trabalho seguirá durante a paralisação, segundo informaram funcionários da agência.

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O Artemis III, programado para 2027, será a primeira missão a contar diretamente com a SpaceX e deverá levar dois astronautas da NASA à região do polo sul da Lua. Antes disso, a missão Artemis II, prevista para 2026, enviará quatro astronautas em órbita ao redor da Lua, sem pouso, antes do retorno à Terra.
Já o Artemis IV, em colaboração com a SpaceX, pretende levar astronautas ao primeiro posto avançado lunar, parte dos preparativos para uma futura missão tripulada a Marte. O Artemis V, por sua vez, deve envolver a Blue Origin.
As primeiras missões Artemis contaram com colaboração de Lockheed Martin e Boeing, responsáveis pelo desenvolvimento e fabricação de foguetes de propriedade da NASA. Até o momento, tanto a SpaceX quanto a Blue Origin ainda não finalizaram os projetos de seus módulos lunares, dispondo apenas de protótipos de teste.
Posicionamento oficial
Procurados pela imprensa, representantes de NASA, SpaceX e Blue Origin não responderam de imediato. Um aviso automático da NASA informou que a agência “está fechada devido à suspensão do financiamento do governo”.
Cheryl Warner, chefe de comunicação da agência, também enviou resposta automática, afirmando: “Estou em status de licença não remunerada; portanto, não posso responder à sua mensagem neste momento.”
