Revelado em agosto, visto K começa a vigorar nesta quarta-feira (1) (Imagem: anilbolukbas/iStock)
A criação de um visto na China para atrair jovens estrangeiros formados nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) divide opiniões. O novo programa foi revelado em agosto e será lançado oficialmente nesta quarta-feira (1) como uma resposta de Pequim às taxas impostas pelos EUA a aplicantes do visto H-1B.
Na prática, o novo visto chinês simplifica os processos de imigração, desde questões relacionadas à residência até emprego, mesmo que o candidato não tenha uma oferta de trabalho. A elegibilidade dependerá de idade, formação educacional ou experiência profissional, mas os detalhes ainda não foram divulgados.
O protocolo segue um caminho oposto à política protecionista de Washington, que limita a emissão de vistos anuais a 85 mil por meio de um sistema de loteria. Recentemente, o presidente Donald Trump assinou uma ordem para aplicar taxas mínimas de US$ 100 mil (cerca de R$ 532 mil) para novas solicitações, com custos arcados pelo empregador.
Na China, mídias sociais foram inundadas por fóruns de discussão sobre o visto K, como mostrou uma reportagem do South China Morning Post. Alguns avaliam que a política favorece injustamente graduados no exterior; outros acreditam que o programa vai criar uma cadeia de fornecimento de agências de visto para facilitar a entrada de estrangeiros.
“Por que os jovens chineses com diplomas de bacharelado têm dificuldade para encontrar bons empregos e são forçados a fazer mestrados, enquanto os estrangeiros com diplomas de bacharelado são considerados ‘talentos tecnológicos‘?”, questionou um usuário do Weibo. “Quanta mão de obra e recursos serão necessários para analisar minuciosamente cada solicitação e garantir que ela seja verdadeira?”, ponderou outro.
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É uma mudança necessária à medida que países em todo o mundo competem para atrair profissionais qualificados, avalia Zhou Xinyu, professor especializado em diplomacia pública da Universidade Renmin da China.
“Não fazer isso enfraquecerá a competitividade tecnológica da China e impedirá que suas instituições de pesquisa e empresas aproveitem totalmente seu potencial tecnológico. Gerenciar o impacto na força de trabalho local é uma tarefa conjunta do governo e dos empregadores.”
Esta post foi modificado pela última vez em 30 de setembro de 2025 23:36