CEO da OpenAI, Sam Altman (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)
A OpenAI alcançou um marco inédito. A empresa desenvolvedora do ChatGPT passou a valer US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,8 trilhões) após uma venda de ações. Com o feito, a companhia de Sam Altman superou a SpaceX, de Elon Musk, avaliada em US$ 400 bilhões. E assumiu o posto de startup mais valiosa do mundo.
A venda movimentou US$ 6,6 bilhões (R$ 35 bilhões) em papéis de funcionários e ex-funcionários, segundo a Bloomberg. E reforça o apetite de investidores por empresas de inteligência artificial (IA).
Ao mesmo tempo, aumenta a pressão sobre a OpenAI para equilibrar crescimento acelerado, gastos bilionários e parcerias estratégicas que sustentam seus projetos globais ambiciosos.
O salto na avaliação reforça como a OpenAI se consolidou no centro da corrida global por IA. Mas, por trás do título de startup mais valiosa do planeta, a empresa ainda enfrenta desafios financeiros gigantescos. Entre eles, estão:
A transação que levou a OpenAI à avaliação recorde foi uma venda secundária de ações, na qual funcionários atuais e ex-funcionários negociaram cerca de US$ 6,6 bilhões em papéis para investidores como SoftBank, Thrive Capital, Dragoneer, MGX e T. Rowe Price.
O volume total ficou abaixo dos US$ 10 bilhões autorizados, sinal de que parte do quadro preferiu manter participação, em demonstração de confiança no futuro da companhia.
Apesar do novo patamar de valorização, os números mostram que a OpenAI ainda está longe da lucratividade.
A empresa registrou US$ 4,3 bilhões em receita no primeiro semestre de 2025, alta de 16% em comparação a 2024. Mas queimou US$ 2,5 bilhões em custos operacionais no mesmo período, puxados principalmente por pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Só em P&D, os gastos chegaram a US$ 6,7 bilhões – custo do esforço para manter a liderança no setor. Mesmo com um caixa robusto de US$ 17,5 bilhões, as projeções apontam para um prejuízo de US$ 8,5 bilhões em 2025.
Isso reforça o velho dilema entre a expansão agressiva e a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Para sustentar sua escalada, a OpenAI vem firmando alianças globais que movimentam cifras bilionárias.
A companhia recebeu o compromisso da Nvidia, que pretende investir até US$ 100 bilhões e fornecer chips de última geração para seus data centers. Além disso, fechou um contrato histórico com a Oracle, de US$ 300 bilhões em cinco anos, para infraestrutura em nuvem.
Mais recentemente, anunciou parceria com a Samsung e a SK hynix, no âmbito do projeto global Stargate, voltado à construção de data centers e à produção de semicondutores.
O acordo prevê a entrega de 900 mil wafers até 2029, movimentando mais de US$ 70 bilhões, além de novos data centers de 20 MW na Coreia do Sul.
A iniciativa reforça a meta do país asiático de se tornar um dos três maiores polos de IA do planeta. E garante à OpenAI acesso estratégico a componentes cruciais para o avanço de seus modelos de linguagem.
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Ao mesmo tempo em que atrai investidores e fecha parcerias bilionárias, a OpenAI busca consolidar sua liderança com novos produtos.
Em agosto, por exemplo, lançou o GPT-5, descrito como seu modelo mais poderoso até agora, voltado especialmente para tarefas de código e escrita.
A empresa também lançou modelos de código aberto capazes de simular processos de raciocínio humano, em resposta ao avanço da concorrente chinesa DeepSeek.
Esses movimentos mostram como a OpenAI tenta ampliar sua presença em diferentes segmentos do mercado. E reforçam sua estratégia de se manter no centro da disputa pela próxima geração da IA.
Esta post foi modificado pela última vez em 2 de outubro de 2025 09:01