A guerra entre Ucrânia e Rússia está ameaçando a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. A instalação fica na Ucrânia e está em estado de desligamento há mais de uma semana. Desde então, há um medo constante de um desastre semelhante à Chernobyl por lá.
Atualmente, a usina nuclear é controlada pela Rússia, que tomou a região após o início da guerra, em 2022.

Usina nuclear na Ucrânia opera com risco
Zaporizhzhia está em estado de desligamento por frio desde 23 de setembro, quando ficou sem energia. Desde então, ela opera com geradores de reserva do local, sem estar ligada a fontes externas devido à interrupção nas linhas de energia.
Segundo o site Interesting Engineering, essa é a maior interrupção na usina nuclear desde o início da guerra. Os reatores já estão desligados desde então, o que diminui o risco de um desastre, mas o corte total de energia pode fazer com que os sistemas de resfriamento falhem e causem problemas.
Por ora, os geradores locais são as únicas fontes de energia, uma vez que as reservas de combustível duram cerca de 10 dias. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas oito geradores estão operando, enquanto nove estão em espera e três estão em manutenção.

Nova Chernobyl?
Apesar da região ter sido tomada pela Rússia, no início desta semana o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez um alerta: a situação na usina nuclear é “crítica”, já que os sistemas de backup não foram projetados para serem usados por tanto tempo.
A equipe russa que está no local está girando os geradores para garantir o fornecimento de energia estável. Autoridades da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também estão lá.
O relatório da ONU apontou que já equipamento e equipes suficientes para garantir o reparo na usina nuclear, mas que os conflitos armados nas proximidades colocam a instalação em risco.
Com isso, moradores da cidade de Zaporizhzhia temem um desastre nuclear semelhante ao de Chernobyl, o pior que o mundo já viu. Na ocasião, em 1986, a usina tinha quatro reatores em funcionamento.

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- O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse em comunicado da ONU que a operação atual “claramente não é uma situação sustentável em termos de segurança nuclear”;
- Ele destacou que “nenhum dos lados se beneficiaria de um acidente nuclear”;
- Por ora, o monitoramento da radiação mostrou que não houve aumento acima dos níveis considerados normais.