As autoridades brasileiras continuam investigando casos de intoxicação por metanol misturado a bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo o mais recente balanço do Ministério da Saúde, são 11 casos confirmados e 48 em investigação. Uma morte também já foi confirmada e sete ainda são analisadas.
Diante do cenário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras de diferentes países para viabilizar a importação do fomepizol. O medicamento é usado como antídoto nesses envenenamentos e não está disponível no mercado nacional.

Produto é considerado referência no combate a casos de envenenamento
- Segundo reportagem do G1, entre os órgãos contatados estão a FDA, dos Estados Unidos, a EMA, da União Europeia, bem como as agências de Canadá, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça e Austrália.
- O objetivo é acelerar os trâmites para trazer o produto ao país e ampliar as opções de tratamento em hospitais.
- A Anvisa também publicou um edital de chamamento internacional em busca de fabricantes e distribuidores com estoque disponível.
- O fomepizol é considerado o tratamento de referência porque age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos, responsáveis por danos graves ao sistema nervoso e ao fígado.
- Hoje, o Brasil conta com alternativas como o uso controlado de etanol grau farmacêutico, que pode retardar o efeito do veneno, mas não é tão seguro nem eficaz.
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Intoxicação pode levar à morte
O metanol (CH₃OH) pode ser encontrado em pequenas quantidades na natureza, especialmente em frutas e vegetais, e também é produzido pelo corpo humano. No entanto, a substância é considerada altamente tóxica em concentrações elevadas.
O produto é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Quando ingerido, no entanto, o organismo processa o metanol no fígado, onde ele se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico.

Os primeiros sintomas são alterações de consciência, vômito, cólica, dor de barriga e confusão mental. A intoxicação ainda pode causar cegueira e até a morte. A orientação das autoridades é que casos suspeitos sejam notificado no Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço que reúne 13 centros especializados no país.