China está desenvolvendo uma solução para o lixo espacial

Governo do país assumiu um compromisso de exploração sustentável do espaço e prometeu ter um papel mais ativo em relação ao lixo espacial
Alessandro Di Lorenzo07/10/2025 09h04
lixo-espacial-1-1920x1080
Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Atualmente, existem mais de 130 milhões de fragmentos de detritos maiores que um milímetro orbitando a Terra. Por conta disso, cientistas alertam que o lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental.

Em meio a este cenário, pesquisadores do mundo todo buscam desenvolver soluções para este problema. A China, por exemplo, planeja remover os detritos espaciais da órbita, de acordo com um alto funcionário do governo do país.

Governo da China assumiu um compromisso de exploração sustentável do espaço (Imagem: Zafer Kurt/Shutterstock)

China se comprometeu em assumir um papel central para resolver o problema

  • Segundo informações do portal Space.com, Pequim assumiu um compromisso de exploração sustentável do espaço.
  • Em fala no Congresso Internacional de Astronáutica em Sydney, na Austrália, Bian Zhigang, vice-administrador da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), prometeu que o país também assumirá um papel mais ativo em relação ao lixo espacial.
  • Segundo ele, a ideia não é apenas rastrear objetos e avaliar as chances de colisões.
  • As autoridades chinesas também estariam pesquisando formas de remover os detritos espaciais em órbita.
  • Não foram divulgados maiores detalhes dessa tecnologia.
  • Especula-se que ela possa estar ligada com os testes dos satélites Shijian-21 e Shijian-25.
  • Oficialmente, eles estão conduzindo operações de encontro e proximidade (RPOs), atracando e realizando o primeiro reabastecimento em órbita geoestacionária.

Leia mais

lixo espacial
China é uma das principais responsáveis pelo lançamento de dispositivos ao espaço (Imagem: Shutterstock)

Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial

A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria pertencente a um dos projetos de megaconstelação de satélites, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve ultrapassar 3.300 toneladas.

A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

detritos espaciais
Lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.

Essas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.