Energia solar já é mais barata que carvão e gás, diz pesquisa

Queda no preço das baterias impulsiona energia solar como principal fonte limpa e acessível. Veja pesquisa da Universidade de Surrey.
Por Maurício Thomaz, editado por Bruno Capozzi 07/10/2025 10h17
Estudo aponta que energia solar é hoje a fonte mais econômica do mundo
Estudo aponta que energia solar é hoje a fonte mais econômica do mundo (Imagem: Miha Creative / Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A energia solar alcançou um novo marco global. Segundo um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, a geração de eletricidade a partir da luz do sol já é a opção mais barata em diversos países — chegando a custar apenas £0,02 por unidade de energia produzida nas regiões mais ensolaradas do planeta.

O levantamento, publicado na revista Energy and Environment Materials, aponta que a tecnologia fotovoltaica (PV) se tornou o principal motor da transição mundial para uma matriz energética limpa e renovável.

Painéis de energia solar durante pôr-do-sol
Energia solar: limpa e barata (Imagem: bombermoon/Shutterstock)

Energia solar lidera transição para fontes renováveis

De acordo com o professor Ravi Silva, diretor do Instituto de Tecnologia Avançada (ATI) da Universidade de Surrey e coautor do estudo, a energia solar já é competitiva mesmo em locais com baixa incidência solar, como o próprio Reino Unido. Em 2024, a capacidade instalada global superou 1,5 terawatts — o dobro do registrado em 2020 —, volume suficiente para abastecer centenas de milhões de residências.

Silva destaca que a energia solar deixou de ser uma aposta futurista e passou a ser uma das bases de um sistema energético resiliente e de baixo carbono. O rápido avanço da tecnologia e a redução dos custos de produção colocam a fonte solar à frente de alternativas como o carvão, o gás natural e até a energia eólica.

Homens instalando painéis de energia solar em telhado de casa
Energia solar deixou de ser uma aposta do futuro e já é a melhor opção da atualidade (Imagem: AlyoshinE/Shutterstock)

Queda no preço das baterias torna energia solar ainda mais competitiva

Outro ponto fundamental apontado pelo estudo é a redução expressiva no preço das baterias de íon-lítio, que caíram 89% desde 2010. Essa queda tornou os sistemas híbridos — que combinam painéis solares com armazenamento — tão competitivos quanto as usinas movidas a gás. Essas estruturas permitem que a energia solar seja armazenada e utilizada sob demanda, tornando-a uma fonte confiável e despachável.

Entre os principais benefícios desses sistemas estão:

  • Armazenamento de energia para uso em horários de baixa insolação;
  • Estabilidade na oferta elétrica e redução da dependência de combustíveis fósseis;
  • Maior eficiência no gerenciamento da rede elétrica.

Apesar do cenário otimista, o relatório também alerta para desafios na integração da energia solar às redes elétricas existentes. Em locais como Califórnia e China, a alta geração já causa congestionamento na rede e desperdício de energia quando a oferta supera a demanda.

energia solar
Inteligência artificial pode ter papel fundamental para a ampliação do uso de energia solar no mundo (Imagem: Kewiko/Shutterstock)

Segundo o pesquisador Ehsan Rezaee, também da Universidade de Surrey, soluções como redes inteligentes, uso de inteligência artificial para previsão de demanda e conexões regionais mais robustas serão essenciais para equilibrar os sistemas de energia no futuro.

Leia mais:

O estudo também aponta que novos materiais, como as células solares de perovskita, podem elevar a eficiência em até 50% sem demandar mais espaço físico. No entanto, o avanço global da energia solar dependerá de políticas de longo prazo e cooperação internacional.

Iniciativas como o Inflation Reduction Act nos Estados Unidos, o plano REPowerEU na União Europeia e o programa Production Linked Incentive da Índia mostram como políticas claras podem impulsionar investimentos e inovação no setor.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.