Data centers submersos da China podem reduzir consumo de energia em até 90%

Empresa chinesa Highlander vai começar a afundar data centers na costa de Xangai ainda neste mês de outubro
Alessandro Di Lorenzo07/10/2025 11h46
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Imagem: reprodução/Highlander
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O boom da inteligência artificial está impulsionando a construção de data centers. Estes espaços garantem um maior poder computacional para a tecnologia. Por outro lado, consomem grandes quantidades de água e energia.

Para tentar minimizar estes impactos, além de outros problemas, como o superaquecimento, uma empresa chinesa desenvolveu uma estratégia diferente. A ideia é afundar as estruturas no mar perto de Xangai.

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Estruturas são vitais para as capacidades de IA (Imagem: Oselote/iStock)

Vantagem dos data centers submersos

A tecnologia não é exatamente nova. Em 2018, a Microsoft afundou data centers na costa da Escócia. Os equipamentos foram recuperados dois anos depois e a gigante da tecnologia considerou o experimento um sucesso.

Agora, a empresa chinesa Highlander espera fazer o mesmo ainda no mês de outubro. No entanto, o diferencial do projeto diz respeito ao consumo de energia. Os responsáveis pelo plano afirmam que os data centers subaquáticos podem representar uma economia de aproximadamente 90%

Projeto faz parte de estratégia chinesa para reduzir os impactos ambientais da IA (Imagem: Maria Passer/Shutterstok)

A explicação está nas correntes oceânicas. A baixa temperatura no fundo do mar evitará os gastos com resfriamento comuns em infraestruturas instaladas na terra. Além disso, mais de 95% da energia usada virá de fontes renováveis.

O espaço atenderá clientes como a China Telecom e uma empresa estatal de computação de IA, e faz parte de um esforço mais amplo do governo chinês para reduzir a pegada de carbono do setor de inteligência artificial. As informações são da AFP.

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Apesar de reduzir consumo de energia, plano pode causar impactos para a vida marinha (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

Principais desafios do projeto

  • Apesar do grande potencial, o plano chinês não é considerado algo simples ou fácil.
  • Um dos principais desafios é instalar toda a estrutura no fundo do mar sem que os componentes sejam afetados pela água salgada, o que geraria corrosão.
  • A ideia é usar um revestimento protetor contendo flocos de vidro na cápsula de aço que contém os servidores.
  • Para permitir o acesso das equipes de manutenção, um elevador conectará a estrutura principal a um segmento que permanecerá acima da água.
  • Garantir uma conexão de internet entre a instalação no mar e os dispositivos em terra será algo complexo.
  • Além disso, os data centers submarinos estão mais vulneráveis a ataques com ondas sonoras conduzidas através da água.
  • Já em relação aos impactos ambientais, existe a possibilidade que a instalação no fundo do mar aumente o calor liberado na água, o que pode desequilibrar o ecossistema.
  • No entanto, ainda não há estudos o suficiente sobre o tema.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.