Casos envolvendo a violação de direitos autorais pelos modelos de IA não são nenhuma novidade, mas estão se tornando cada vez mais comuns.
Recentemente, a Motion Picture Association (MPA) criticou a OpenAI após o lançamento do Sora 2, modelo de geração de vídeos baseado em inteligência artificial da empresa, afirma matéria da CNBC.

Sora 2 é acusada de facilitar a criação de vídeos com personagens famosos
Desde que o Sora 2 foi lançada, a circulação de clipes criados com personagens e cenas protegidos por direitos autorais cresceu rapidamente, reproduzindo material dos grandes estúdios de cinema sem autorização.
Assim que o serviço foi criado, um vídeo de divulgação usou imagens de James Bond jogando pôquer com Altman, além de imagens do personagem Mario. Tudo sem autorização dos estúdios, o que causou as reclamações da Associação.
Vídeos que violam filmes, programas e personagens de nossos membros proliferaram no serviço da OpenAI e nas redes sociais.
Charles Rivkin, CEO da MPA, em comunicado enviado à imprensa.

OpenAI precisa reconhecer sua responsabilidade
O Sora 2 conta com um sistema que permite aos detentores dos direitos optarem por não autorizar o uso de seus personagens e obras no serviço, mas, para a MPA, isso não basta.
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Rivkin explica que a OpenAI precisa reconhecer sua responsabilidade para evitar violações no serviço Sora 2 e não jogar essa tarefa para os detentores dos direitos. Sam Altman, depois das críticas, comentou em seu blog pessoal que fornecerá aos detentores dos direitos mais controle sobre o uso de seus personagens.
Altman também explicou que, em breve, uma atualização do Sora 2 será implementada para melhorar a proteção de direitos autorais, mas ele não garantiu que o material protegido será removido da plataforma. Segundo ele, isso “exigirá algumas iterações” para que o sistema trabalhe como deveria, afirmou a postagem.

O caso do Sora 2 não é o único
Anteriormente, os estúdios já tiveram problemas com outras empresas que também permitiram que personagens famosos fossem utilizados sem autorização para a criação de imagens e vídeos gerados por IA.
- A Disney e a Universal processaram a Midjourney (junho de 2025) por permitir criação de vídeos e imagens com material protegido em sua plataforma.
- Warner Bros. também processou a Midjourney (setembro de 2025) por uso indevido de personagens e cenas em conteúdos gerados por usuários.
- A Midjourney alegou “uso justo” (fair use) e afirmou que os usuários são os responsáveis por violações, não a empresa – argumento semelhante ao adotado pela OpenAI.
Agora, o Sora 2 reacende o debate sobre quem deve responder legalmente quando a inteligência artificial utiliza obras protegidas sem autorização: as plataformas ou os usuários?