Cura do Alzheimer? Cientistas interrompem avanço da doença em camundongos

Novo estudo usou nanotecnologia para direcionar e restaurar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro de toxinas
Alessandro Di Lorenzo08/10/2025 15h06
alzheimer
Alzheimer (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)
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Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio. Além disso, ela está ligada a alterações comportamentais e de humor, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar de todos os avanços científicos, não existe uma cura para esta que é considerada a forma mais comum de demência. No entanto, um novo estudo revela caminhos que podem ser seguidos para chegar neste resultado.

Em fundo azul, quebra-cabeças formando um cérebro humano, com uma peça desencaixada
Alzheimer é considerada a forma mais comum de demência (Imagem: mapush/Shutterstock)

Nanotecnologia foi usada para restaurar barreira hematoencefálica

  • Em trabalho publicado na revista Signal Transduction and Targeted Therapy, pesquisadores conseguiram reverter o progresso da doença em camundongos.
  • Isso foi possível graças ao uso de nanotecnologia para direcionar e restaurar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro de toxinas e regula a passagem de nutrientes essenciais e a manutenção do ambiente químico cerebral.
  • Em pessoas com Alzheimer, no entanto, esta barreira fica “entupida”.
  • A ideia da equipe foi tentar desbloquear esta passagem, permitindo que o “sistema recupere seu equilíbrio”.
  • A descoberta alimenta a esperança do desenvolvimento de uma cura, embora não seja possível prever quando isso poderia se tornar uma realidade.

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Apesar de algumas opções de tratamento, doença não tem cura (Imagem: luchschenF/Shutterstock)

Progresso da doença foi barrado com apenas três injeções

Durante o estudo, os cientistas desenvolveram nanopartículas que imitavam uma proteína chamada LRP1, responsável por reagir a toxinas na barreira hematoencefálica. Além disso, modificaram geneticamente os camundongos para que produzissem mais proteínas beta-amilóide, apresentando um declínio cognitivo significativo semelhante ao Alzheimer.

Cada animal recebeu três injeções da nova droga e foi acompanhado por um período de 6 meses. Os resultados foram impressionantes. Uma das cobaias “recuperou o comportamento de um camundongo saudável”, aponta o trabalho.

Duas mãos seguram um recorte em forma de cabeça humana, com uma árvore colorida dentro, cujas folhas parecem se desprender. O fundo verde claro destaca a ideia de memória se esvaindo, simbolizando o impacto do Alzheimer.
Conclusões do trabalho alimentam esperanças de que seja possível encontrar uma cura para a condição (Imagem: Berit Kessler/Shutterstock)

Os resultados sugerem que essa abordagem pode ser promissora para encontrar uma cura para o Alzheimer. No entanto, ainda são necessários novos testes para que as nanopartículas sejam consideradas seguras para experimentos em humanos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.