Próteses de rosto gratuitas mudam a vida de pacientes com câncer

Próteses são oferecidas gratuitamente para pacientes que passaram por tratamento contra o câncer na região da cabeça e pescoço
Alessandro Di Lorenzo08/10/2025 09h29
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Imagem: divulgação/Instituto Mais Identidade
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O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço sejam diagnosticados em 2025. Nestes casos, não basta apenas tratar o tumor. Outra dificuldade é a aparência dos pacientes.

Pensando nisso, o Instituto Mais Identidade, organização sem fins lucrativos de São Paulo, desenvolve e oferece próteses gratuitas. Elas são produzidas usando tecnologia de uma impressora 3D e um aparelho celular.

ilustração digital de um câncer de pele se desenvolvendo no corpo
Próteses são oferecidas para pacientes que passaram por tratamento contra o câncer na região da cabeça e pescoço (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Muito mais baratas e rápidas de serem produzidas

  • Segundo reportagem da BBC, as próteses são mais acessíveis (as convencionais podem custar até R$ 50 mil) e personalizadas.
  • Além disso, podem ser produzidas mais rapidamente.
  • Elas são oferecidas gratuitamente para pacientes que passaram por tratamento contra o câncer na região da cabeça e pescoço e também para pessoas com algum tipo de deficiência nessa área do corpo.
  • Ao contrário das próteses tradicionais, que exigem longos processos de moldagem, altos custos e ajustes manuais, as versões feitas em impressoras 3D podem ser desenvolvidas a partir de imagens digitais feitas com câmeras de smartphones.
  • Isso reduz o tempo de espera de meses para semanas ou até mesmo dias.

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Peças são criadas a partir de impressoras 3D (Imagem: Alex_Traksel/Shutterstock)

Como as próteses são feitas

Para criar a prótese, o rosto do paciente é registrado por meio de fotografias digitais, que são transformadas em modelos tridimensionais realistas. A área afetada é recriada com o auxílio de softwares que permitem o planejamento preciso da prótese.

Em seguida, a peça é produzida em resina em uma impressora 3D e esse molde é testado no paciente para ver se há a necessidade de alguma adequação. Com o molde aprovado, ele é encaminhado para a confecção, feita manualmente em silicone, e recebe as características individuais de cada paciente, como cor da pele e outros detalhes.

Prótese de rosto simula as características individuais de cada paciente, como a cor da pele (Imagem: divulgação/Instituto Mais Identidade)

Esse tipo de prótese pode ser colocada de duas maneiras. A primeira, e mais simples, é através de adesivos que “colam” ela ao rosto do paciente com um adesivo próprio para a pele. Já a segunda, é através de magnetos, sendo necessário que o paciente faça uma cirurgia para a implantação de pinos de titânio na região do rosto onde a prótese vai se encaixar.

A escolha da prótese depende de cada paciente e se a estrutura óssea da face foi preservada após a remoção do tumor. Em muitos casos, parte dessa estrutura também fica comprometida, o que faz com que a prótese indicada seja a autocolante.

Luciano Dib, cirurgião bucomaxilofacial e diretor do Instituto Mais Identidade
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.