A província de Guangdong, no sul da China, abriga centenas de turbinas eólicas gigantescas. Instaladas na costa, algumas das estruturas são tão altas quanto edifícios de 30 andares e fazem parte da estratégia de Pequim de se tornar líder global na geração deste tipo de energia.
Atualmente, a região responde por cerca de 15% de todas as turbinas instaladas no oceano em todo o mundo. Mas para isso, elas precisam ser resistentes aos tufões, fenômenos climáticos destrutivos com ventos de mais de 100 km/h.

Tufões representam grande risco
- As poderosas tempestades atingem os países do leste e sudeste asiático de maio a novembro e muitas vezes deixam um rastro de morte e destruição.
- Durante um tufão, todas as partes de uma turbina são colocadas sob extrema pressão.
- Suas pás são vulneráveis a rachaduras e quebras porque a velocidade e a direção do vento geralmente mudam repentina e dramaticamente.
- Já a torre pode dobrar ou desmoronar, enquanto a fundação corre o risco de se deformar.
- Chuvas e raios também podem danificar as estruturas.
- Por conta disso, quando um tufão se aproxima, um parque eólico geralmente desliga suas turbinas.
- A China, no entanto, quer fazer diferente.
- Por isso, aposta em uma nova geração de parques eólicos capaz de resistir aos fortes ventos, mas também aproveitar a energia gerada por eles.
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O segredo dos parques eólicos chineses
Segundo informações da BBC, as principais empresas chinesas aumentaram a resiliência de suas turbinas usando uma combinação de estratégias. Elas incluem o desenvolvimento de materiais avançados, melhora da capacidade de previsão do tempo e atualização dos sistemas de controle das turbinas.
Um exemplo é o OceanX, fabricado pelo Mingyang Smart Energy Group. Com uma base flutuante, o modelo suporta não apenas uma, mas duas turbinas. As pás giram lado a lado em direções opostas – uma no sentido horário e outra no sentido anti-horário – de modo que o vento entre elas soprará mais rápido. Com isso, a estrutura pode gerar 4,29% mais eletricidade.

Mas a plataforma também conta com recursos para permanecer equilibrada durante condições climáticas extremas. Sua fundação é amarrada ao fundo do oceano por cordas por meio de um único ponto embaixo dela. Isso permite que a estrutura mude sua orientação mais facilmente para ser alinhada com o vento.
Outra característica é o concreto de “ultra-alto desempenho” usado para construir a fundação da OceanX. Ele é quatro vezes mais resistente do que o concreto normal e pode suportar pressões superiores a 115 Megapascal – mais de 7.530 kg por polegada quadrada. Dessa forma, o parque eólico pode continuar de pé (e até operando) durante tufões.