A cultura Wari foi uma civilização pré-colombiana que floresceu no atual Peru entre 500 e 1000 d.C. Este povo é conhecido por seu urbanismo planejado, arquitetura com terraços e sistemas de irrigação, complexa organização social e hierárquica, e avanços na cerâmica policromada.
Apesar disso, ainda existem muitos mistérios relacionados a esta população anterior aos Incas. Segundo um novo estudo, o crescimento dela teria sido impulsionado por uma bebida misturada com drogas alucinógenas.

Bebida ajudou a unir as pessoas
- Os autores do trabalho observaram que restos de sementes de uma planta chamada Anadenanthera colubrina, também conhecida como vilca, foram encontrados em locais associados aos Wari.
- Isso aconteceu inclusive perto dos restos de cerveja feita de uma planta chamada Schinus molle.
- Segundo os pesquisadores, o “arrebol”, efeito de longo prazo de beber a mistura, teria durado semanas.
- Além disso, as festas comunitárias onde a bebida era consumida teriam unido as pessoas.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Revista de Arqueología Americana.
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Governantes se aproveitaram dos efeitos dessa tradição Wari
A equipe responsável pelo trabalho citou estudos científicos de psicodélicos de ação semelhante. Estas pesquisas apontaram que as pessoas que consumiam estes produtos tendiam a exibir “maior abertura e empatia”.
Essas características “teriam sido altamente desejáveis para um sistema político Wari que dependia de interações face a face amigáveis e rotineiras entre pessoas que antes eram estranhas ou mesmo inimigas”, escreveram os pesquisadores. A partir dessas conclusões, eles formularam uma teoria para o avanço da antiga civilização.

Ela aponta que os governantes teriam usado psicodélicos misturados na cerveja como forma de ajudar a expandir seu império. “Dentro do contexto de um império em expansão, onde a violência e a animosidade eram comuns, os efeitos persistentes da bebida podem ter sido essenciais para a legitimação e consolidação dos Wari”, destaca a pesquisa.