Metanol: Ministério da Justiça pede suspensão de vendas online de bebidas destiladas

As plataformas online também deverão revisar mecanismos internos de verificação para impedir a oferta de produtos irregulares
Alessandro Di Lorenzo09/10/2025 03h00, atualizada em 09/10/2025 10h16
Governo federal trabalha para resolver a crise (Imagem: chemical industry/Shutterstock)
Governo federal trabalha para resolver a crise (Imagem: chemical industry/Shutterstock)
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Enquanto avançam as investigações sobre os casos de intoxicação por metanol no Brasil, o Ministério da Justiça recomendou às principais plataformas de comércio eletrônico que suspendam a venda de bebidas destiladas. A medida seria temporária.

De acordo com o último balanço divulgado pelas autoridades, 24 casos de intoxicação foram confirmados até agora e 235 seguem em análise. Cinco mortes também foram confirmadas, todas em São Paulo, e outros 11 óbitos ainda estão sob investigação.

Prateleira com garrafas de bebidas alcoólicas destiladas
Objetivo da medida é apurar a regularidade dos vendedores e dos produtos anunciados (Imagem: Sandro Araújo/Agência Saúde DF)

Plataformas também têm responsabilidades

A recomendação divulgada pela Secretaria Nacional do Consumidor é para que os sites suspendam temporariamente a venda e os anúncios de venda de bebidas destiladas. O objetivo é apurar a regularidade dos vendedores e dos produtos anunciados.

As plataformas online também deverão revisar mecanismos internos de verificação para impedir a oferta de produtos irregulares. Bem como retirar anúncios de lacres, tampas, selos e garrafas não colecionáveis, que costumam ser usados em esquemas de falsificação.

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Metanol é altamente tóxico e pode levar à morte (Imagem: Natt Boonyatecha/iStock)

A Senacon ainda orientou que as plataformas adotem sistemas de rastreabilidade e verificação mais rigorosos, retirando do ar qualquer anúncio com indícios de irregularidade. A notificação foi enviada a dez empresas: Shopee, Enjoei, Mercado Livre, Amazon, Magazine Luiza, Casas Bahia, Americanas, Zé Delivery e Carrefour.

Segundo o órgão, os sites de vendas têm responsabilidade direta na segurança e procedência dos produtos comercializados. A comercialização de bebidas falsificadas ou adulteradas é considerada infração grave, sujeita a multas, punições administrativas e processos criminais.

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Autoridades orientam evitar consumo de bebidas sem procedência clara (Imagem: Pormezz/Shutterstock)

Investigações sobre casos de intoxicação continuam

  • A conclusão mais recente no inquérito das intoxicações por metanol é que o produto foi adicionado aos produtos.
  • Segundo o Instituto de Criminalística da Polícia Científica, a substância não teria sido produzida naturalmente pelo processo de destilação.
  • Essa era uma das hipóteses das autoridades até o momento.
  • De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), “pode-se afirmar, até o momento, e de acordo com as concentrações encontradas, que o metanol foi adicionado às bebidas”.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.