Como funcionava o golpe do ‘call center da fé’, que rendeu milhões de reais

As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam que o golpe teria causado um prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões às vítimas
Alessandro Di Lorenzo10/10/2025 10h48
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Golpistas usam documentos falsos com o brasão da república (Imagem: napong rattanaraktiya/iStock)
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Um esquema que enganava fiéis a partir de ligações telefônicas com orações criadas por inteligência artificial foi desarticulado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. No total, 35 pessoas foram presas, incluindo um pastor.

As investigações, que ainda estão em andamento, apontam que o “call center da fé” funcionava em Nilópolis, na Baixada Fluminense. O golpe teria causado um prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões às vítimas.

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Golpistas enganavam fiéis a partir de ligações telefônicas (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

Até mesmo IA era utilizada no golpe

Segundo informações do UOL, o modus operandi do grupo criminoso consistia em entrar em contato com as vítimas e oferecer orações em troca de dinheiro. A abordagem era previamente definida e todos os atendentes possuíam um roteiro que deveria ser lido na hora da ligação.

Depois de aceitarem receber as orações, os fiéis realizavam transferências via Pix ou boleto bancário para a esposa do pastor envolvido no esquema. Os valores cobrados neste esquema eram, em média, de R$ 50.

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Golpistas usavam IA para criar orações personalizadas (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Com o pagamento feito, os golpistas usavam ferramentas de inteligência artificial para criar as orações. De acordo com as investigações, elas eram adaptadas de acordo com as necessidades relatadas pelas vítimas.

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Ao todo, 35 pessoas foram presas pela Polícia Civil até o momento (Imagem: reprodução/Polícia Civil do Rio de Janeiro)

Golpistas tinham metas a serem batidas

  • A Polícia Civil informou que o local funcionava com uma verdadeira empresa.
  • Todos os funcionários tinham metas de ligações e de lucro a serem batidas.
  • Estima-se que os golpistas tenham arrecadado R$ 3 milhões com o esquema.
  • A investigação continua para identificar outros possíveis participantes do golpe.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.