Pedir comida no delivery pode ficar mais fácil com o novo modelo de inteligência artificial (IA) do iFood, desenvolvido com a Prosus, controladora da plataforma. Criado para o comércio digital, o Large Commerce Model (LCM) personaliza a experiência do usuário com a busca e recomendação de produtos.
Baseado em modelos de linguagem (LLMs), o LCM aprende com bilhões de interações reais, como cliques, buscas e compras, para identificar padrões de comportamento e interpretar as intenções de compra dos usuários por meio de dados anônimos, garantindo a privacidade dos clientes. Quanto mais a tecnologia é usada, melhor fica a interação, afirma a empresa.
O treinamento foi feito a partir do banco de dados de transações comerciais globais da Prosus, aprendendo com mais de 500 milhões de usuários e mais de 10 trilhões de tokens de dados. O modelo está integrado ao QwQ3, um modelo de código aberto com 32 bilhões de parâmetros.

Novo cérebro do iFood
De acordo com o iFood, o LCM transforma o e-commerce, que antes se baseava em buscas por palavras-chave e recomendações genéricas, e, agora, funciona com um “cérebro digital” que revela o “porquê” e o “como” de cada pedido. “Isso é possível porque o modelo tem memória de longo prazo e é treinado com dados que refletem a realidade e a cultura brasileiras”, diz o comunicado divulgado à imprensa.
E os resultados iniciais mostram que a taxa de conversão nas sugestões “você também pode gostar disso” cresceu 66%. Além disso, notificações personalizadas impulsionadas pelo LCM resultaram em um aumento de cliques que geraram quatro vezes mais pedidos, superando recordes anteriores.
A tecnologia também é competitiva em relação a outras referências do mercado, sendo 60 vezes mais barata para operar do que outros modelos de IA generativa. O LCM foi desenvolvido para ser agnóstico e escalável, permitindo aplicações em outros negócios do grupo Prosus, como Decolar, Sympla e OLX.

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Pedidos pelo WhatsApp
O LCM também ajuda a tornar o Ailo, um assistente de IA generativa do iFood, cada vez mais inteligente. O recurso possibilita ao cliente fazer pedidos por meio de conversa, “decifrando” desejos dos consumidores. Por exemplo, já é possível dizer “quero um jantar romântico hoje” ou “gostaria de uma comida leve que chegue em até 30 minutos” e receber uma lista de opções.

Pela primeira vez, os pedidos também podem começar fora do aplicativo. O Ailo está em testes públicos dentro da plataforma e também no WhatsApp. Para participar, os usuários podem enviar uma mensagem de “Oi” para o WhatsApp no número +55 11 91150-4025, além de ter um perfil no iFood.
Os testes com o Ailo começaram em junho de 2025, com mais de 70 mil pessoas participando e mais de 100 mil interações registradas. Os primeiros resultados apontam que há 48% mais chances de uma busca se converter em um pedido em comparação com o fluxo tradicional do aplicativo. O processo para finalizar um pedido com o Ailo no WhatsApp é 33% mais rápido do que o fluxo atual do aplicativo.