Desigualdade de renda pode afetar desenvolvimento cerebral infantil

Pesquisa relaciona maior desigualdade social a alterações estruturais e funcionais no cérebro de crianças e risco de problemas mentais
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 14/10/2025 07h00
crianças
Imagem: PeopleImages/Shutterstock
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Pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos descobriram que crescer em regiões com maior desigualdade de renda pode alterar o desenvolvimento cerebral de crianças. O estudo foi conduzido por equipes do King’s College London, da Universidade de York e da Universidade Harvard.

Publicado na revista Nature Mental Health, o trabalho sugere que essas diferenças estruturais e funcionais no cérebro podem aumentar o risco de problemas de saúde mental na adolescência.

Dois montes de moedas, sendo que, o da direita, é maior; em cima de ambos, estão duas figuras masculinas
Crianças em estados com alta desigualdade apresentam alterações cerebrais que podem predispor a transtornos futuros (Imagem: Dilok Klaisataporn/Shutterstock)

Descobertas do estudo

  • A equipe analisou dados de mais de 8 mil crianças entre 9 e 10 anos, residentes em 17 estados dos Estados Unidos, usando exames de ressonância magnética e o coeficiente de Gini – indicador que mede o grau de desigualdade de renda.
  • Mesmo após considerar variáveis como renda familiar, escolaridade, acesso à saúde e taxas de encarceramento, os pesquisadores observaram que viver em estados mais desiguais estava associado a um córtex mais fino e a diferenças na área de superfície e na comunicação entre regiões cerebrais.
  • Essas alterações podem estar ligadas a maior vulnerabilidade emocional e cognitiva.

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Desigualdade econômica impacta saúde mental infantil desde cedo – Imagem: Nicoleta Ionescu/Shutterstock

Mais consciência sobre o impacto da desigualdade no cérebro

Segundo a pesquisadora Divyangana Rakesh, do King’s College London, o estudo é uma contribuição importante, pois mostra que a desigualdade estrutural (e não apenas as condições familiares) influencia o cérebro em desenvolvimento.

Os autores defendem que políticas públicas voltadas à redução da desigualdade e ao apoio a crianças em contextos vulneráveis podem favorecer um desenvolvimento neurológico mais saudável e prevenir futuros transtornos mentais.

Irmão e irmã jogando quebra-cabeças em casa. Crianças conectando peças de quebra-cabeça em uma mesa de sala de estar. Crianças montando um quebra-cabeça. Lazer divertido em família. Atividade de ficar em casa para crianças
Pesquisa utiliza dados de 8 mil crianças para demonstrar que desigualdade social altera córtex e conexões cerebrais – Imagem: Shutterstock/Switlana S
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.