OMS faz apelo por ação global contra doenças neurológicas

As doenças neurológicas afetam mais de 40% da população mundial e provocam mais de 11 milhões de mortes a cada ano
Alessandro Di Lorenzo14/10/2025 09h30
Doença Alzheimer
Profissional da saúde analisando um resultado de exame do cérebro de um paciente - Imagem: PeopleImages/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as doenças neurológicas afetam mais de 40% da população mundial. Isso significa que cerca de 3,3 bilhões de pessoas vivem com estas condições, que podem ser preveníveis ou tratáveis.

Mesmo assim, elas provocam mais de 11 milhões de mortes a cada ano. Por conta deste cenário desafiador para as autoridades de saúde, a OMS pediu nesta terça-feira (14), em caráter de urgência, mais atenção dos governantes para estes diagnósticos.

OMS fez alerta sobre o problema (Imagem: shutterstock/askarim)

Faltam políticas de saúde contra estas doenças

Segundo a entidade, as dez condições neurológicas que mais contribuem para a morte e a incapacidade são o acidente vascular cerebral (AVC), a enxaqueca, a doença de Alzheimer e outras demências, a meningite e a epilepsia idiopática. Um cenário que exige uma “ação global urgente, baseada em evidências e coordenada para dar prioridade à saúde cerebral e ampliar o cuidado neurológico”.

A OMS ainda afirmou que apenas 63 países possuem uma política nacional sobre distúrbios neurológicos. No entanto, apenas 34 deles informam que dispõem de fundos específicos para o tratamento destas condições.

Alzheimer é um exemplo de doença neurológica (Imagem: LightField Studios/Shutterstock)

Com mais de uma em cada três pessoas no mundo vivendo com condições que afetam o cérebro, nós precisamos fazer todo o possível para melhorar os cuidados de saúde que elas precisam. Muitas dessas condições neurológicas podem ser prevenidas ou tratadas de forma eficaz, mas os serviços continuam fora do alcance da maioria, especialmente em áreas rurais e negligenciadas, onde as pessoas frequentemente enfrentam estigma, exclusão social e dificuldades financeiras.

Jeremy Farrar, vice-diretor-geral da OMS

Leia mais

Saúde cerebral.
Nem todos os países oferecem acesso fácil aos pacientes com doenças neurológicas (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Desigualdade no acesso ao diagnóstico e tratamento

  • A Organização Mundial da Saúde ainda destacou que os países de baixa renda têm mais de 80 vezes menos neurologistas do que as nações consideradas ricas.
  • Esta escassez significa que, para muitos pacientes, o diagnóstico, tratamento e atendimento contínuo não são uma realidade.
  • A OMS também afirmou que a falta crônica de financiamento para a pesquisa, em particular nos países de baixa e média renda, está dificultando a criação de políticas eficazes sobre os distúrbios neurológicos.
  • Por fim, a entidade observou que apenas 46 países oferecem serviços de cuidados e somente 44 oferecem proteções legais para os cuidadores.
  • Um cenário que resulta em trabalhadores informais sem reconhecimento, nem medidas de apoio no combate a um problema de saúde importante.
  • As informações são da Agence France-Presse.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.