“Potencial para destruir empregos”: Nobel de Economia alerta para perigos da IA

Vencedor do Nobel de Economia alerta que a IA, embora promissora, precisa ser regulada para evitar destruição de empregos.
Por Maurício Thomaz, editado por Lucas Soares 14/10/2025 14h27
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(Imagem: Academia Real das Ciências da Suécia/Reprodução)
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Um dos vencedores do Nobel de Economia de 2025, o canadense Peter Howitt, fez um alerta sobre os potenciais riscos da inteligência artificial (IA) para o mercado de trabalho global. Embora reconheça o “potencial extraordinário” da tecnologia, o economista enfatizou a necessidade de regulação para lidar com os efeitos da automação sobre os empregos e a economia. As informações são do Phys.org.

Howitt, professor emérito da Brown University, foi premiado ao lado do francês Philippe Aghion e do americano-israelense Joel Mokyr pela Real Academia Sueca de Ciências, em reconhecimento a suas pesquisas sobre como a inovação tecnológica impulsiona — e ao mesmo tempo transforma — o crescimento econômico.

Trio foi reconhecido por estudos sobre destruição criativa (Imagem: Academia Real das Ciências da Suécia/Reprodução)

“Destruição criativa” e regulação da IA

As contribuições de Howitt e Aghion se baseiam na teoria da “destruição criativa”, conceito que descreve o processo pelo qual novas tecnologias substituem as antigas, remodelando setores inteiros da economia. Ao comentar o impacto da IA, Howitt afirmou que ainda não está claro quem liderará essa nova revolução tecnológica ou quais serão as consequências da substituição de empregos por máquinas inteligentes.

Em entrevista coletiva, o economista destacou: “É uma tecnologia fantástica, com possibilidades incríveis. Mas também tem um enorme potencial para destruir empregos e substituir mão de obra altamente qualificada. Isso precisa ser regulado.”

Segundo ele, os incentivos privados em um mercado não regulamentado dificilmente levarão a um equilíbrio benéfico para a sociedade. Por isso, Howitt defende políticas públicas que garantam que os avanços da IA beneficiem o maior número possível de pessoas.

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Nobel de Economia acredita que IA tem potencial de destruir empregos (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Enquanto isso, a Califórnia se tornou o primeiro estado americano a aprovar uma lei específica para regular interações com chatbots de IA, medida que contraria a recomendação do governo federal dos Estados Unidos, que preferia manter a tecnologia sem regulação imediata.

Visões opostas entre os ganhadores do Nobel de Economia

O também laureado Joel Mokyr, professor da Northwestern University, apresentou uma visão mais otimista sobre o papel da IA. Para ele, as máquinas não eliminam os trabalhadores, mas os realocam em funções mais complexas e criativas.

“As máquinas não nos substituem. Elas nos movem para trabalhos mais interessantes e desafiadores”, afirmou.

Pessoa teclando em um notebook
Laureados do Nobel de Economia divergem de opinião sobre IA (Imagem:tadamichi/Shutterstock)

O economista acredita que o principal desafio do futuro será a escassez de mão de obra, causada pelo envelhecimento populacional e pela redução do número de pessoas em idade ativa, e não o desemprego tecnológico.

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Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.