Um dos vencedores do Nobel de Economia de 2025, o canadense Peter Howitt, fez um alerta sobre os potenciais riscos da inteligência artificial (IA) para o mercado de trabalho global. Embora reconheça o “potencial extraordinário” da tecnologia, o economista enfatizou a necessidade de regulação para lidar com os efeitos da automação sobre os empregos e a economia. As informações são do Phys.org.
Howitt, professor emérito da Brown University, foi premiado ao lado do francês Philippe Aghion e do americano-israelense Joel Mokyr pela Real Academia Sueca de Ciências, em reconhecimento a suas pesquisas sobre como a inovação tecnológica impulsiona — e ao mesmo tempo transforma — o crescimento econômico.

“Destruição criativa” e regulação da IA
As contribuições de Howitt e Aghion se baseiam na teoria da “destruição criativa”, conceito que descreve o processo pelo qual novas tecnologias substituem as antigas, remodelando setores inteiros da economia. Ao comentar o impacto da IA, Howitt afirmou que ainda não está claro quem liderará essa nova revolução tecnológica ou quais serão as consequências da substituição de empregos por máquinas inteligentes.
Em entrevista coletiva, o economista destacou: “É uma tecnologia fantástica, com possibilidades incríveis. Mas também tem um enorme potencial para destruir empregos e substituir mão de obra altamente qualificada. Isso precisa ser regulado.”
Segundo ele, os incentivos privados em um mercado não regulamentado dificilmente levarão a um equilíbrio benéfico para a sociedade. Por isso, Howitt defende políticas públicas que garantam que os avanços da IA beneficiem o maior número possível de pessoas.

Enquanto isso, a Califórnia se tornou o primeiro estado americano a aprovar uma lei específica para regular interações com chatbots de IA, medida que contraria a recomendação do governo federal dos Estados Unidos, que preferia manter a tecnologia sem regulação imediata.
Visões opostas entre os ganhadores do Nobel de Economia
O também laureado Joel Mokyr, professor da Northwestern University, apresentou uma visão mais otimista sobre o papel da IA. Para ele, as máquinas não eliminam os trabalhadores, mas os realocam em funções mais complexas e criativas.
“As máquinas não nos substituem. Elas nos movem para trabalhos mais interessantes e desafiadores”, afirmou.

O economista acredita que o principal desafio do futuro será a escassez de mão de obra, causada pelo envelhecimento populacional e pela redução do número de pessoas em idade ativa, e não o desemprego tecnológico.
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