Esta nova espécie de aranha é macho e fêmea ao mesmo tempo

Espécie Damarchus inazuma foi descoberta nas proximidades de uma área florestal em Nong Rong, no oeste da Tailândia
Alessandro Di Lorenzo15/10/2025 06h50
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Imagem: Zootaxa
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Uma nova espécie de aranha foi descoberta nas proximidades de uma área florestal em Nong Rong, no oeste da Tailândia. Depois de diversas análises, pesquisadores classificaram o animal como um ginandromorfo, organismo que é simultaneamente fêmea e macho.

O aracnídeo foi batizado de Damarchus inazuma e pertence ao grupo das aranhas migalomorfas, conhecidas como “aranhas-da-força”. A nova espécie foi descrita peal equipe em estudo publicado na revista Zootaxa.

Espécie ainda é cercada de mistérios

  • Os pesquisadores explicam que essas aranhas podem ser encontradas em países do sul e do sudeste da Ásia, como Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia.
  • Com exceção das aranhas intersexo dessa espécie, as fêmeas e os machos apresentam diferenças visíveis.
  • Elas geralmente medem 2,5 centímetros e apresentam uma coloração laranja mais intensa.
  • Já eles são cinzentos e chegam a apenas 1,5 centímetro de comprimento.
  • Apesar das descobertas, os cientistas afirmam que ainda são necessários mais exames moleculares para decifrar os mistérios da espécie.
Espécie foi descoberta nas proximidades de uma floresta na Tailândia (Imagem: Zootaxa)

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Condição é diferente do hermafroditismo

Antes da descoberta, apenas outros dois casos de ginandromorfo tinham sido identificados em aranhas migalomorfas, ambas da família Theraphosidae. A característica do ginandromorfismo é mais comum em insetos como borboletas, mas também pode aparecer em aves, crustáceos e outros animais.

Enquanto o hermafroditismo apresenta simetria bilateral e órgãos sexuais mal divididos, o ginandromorfo é uma raridade entre todas as espécies, com divisões nítidas no corpo do animal. Ela é caracterizada pela presença de duas partes corporais distintas, como se fossem dois indivíduos fundidos. 

Pesquisador olhando substância no microscópio
Novas análises serão realizadas para descobrir mais características da espécie (Imagem: shisu_ka/Shutterstock)

A causa desse ginandromorfismo permanece incerta. A sugestão apresentada pelos pesquisadores é que a condição pode surgir da perda de dois ou mais cromossomos sexuais X no zigoto feminino. Esse distúrbio cromossômico pode ser induzido por uma série de fatores, como infecção por nematóides.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.