Nova galáxia ultraluminosa é encontrada

Durante as observações de um quasar, astrônomos detectaram a presença de uma nova galáxia com mais de 40 bilhões de vezes a massa do Sol
Por Samuel Amaral, editado por Lucas Soares 15/10/2025 08h08
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Pesquisadores descobriram uma nova galáxia infravermelha, o grupo com a formação de estrelas mais intensa no Universo Local. (Imagem: Outer Space / Shutterstock)
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Durante as observações de um quasar conhecido como Cloverleaf, astrônomos descobriram uma nova galáxia infravermelha ultraluminosa. As análises da equipe revelaram que esse corpo celeste inédito pode estar em fusão com outra galáxia. A descoberta foi publicada em setembro na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

As galáxias infravermelhas ultraluminosas (ULIRGs) são as mais intensas em geração de estrelas no Universo Local — a vizinhança da Via Láctea. Com luminosidades de mais de um trilhão de sóis, a taxa de formação estelar dessas galáxias é de 100 a mil massas solares por ano. Pesquisadores acreditam que estudar esses sistemas pode aprimorar a compreensão de como as estrelas nascem e evoluem.

Porém, não era isso que a equipe buscava quando usou o ALMA para estudar Cloverleaf. Localizado a 11 bilhões de anos-luz da Terra, esse astro é um núcleo galáctico ativo (AGN) extremamente luminoso, alimentado por um buraco negro supermassivo que atrai quantidades abundantes de gás e matéria.

Imagem do ALMA da nova galáxia ao lado do quasar Cloverleaf. (Imagem: Natsuki H. Hayatsu 2025)

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A inédita ULIRG está a cerca de 6 segundos de arco do quasar — uma medida tão pequena que seria como distinguir duas moedas vistas a vários quilômetros de distância. Localizada a 11,7 bilhões de anos-luz, a nova galáxia tem entre 40 e 230 bilhões de massas solares. Seu buraco negro central foi estimado em cerca de 100 milhões de massas do Sol.

Os cálculos da equipe revelaram que a luminosidade total do infravermelho é de 2,8 trilhões de luminosidades solares. Segundo a equipe, o sistema é opticamente escuro e parece estar intensamente obscurecido.

Os pesquisadores observaram que o gás molecular dentro dessa galáxia ainda não se organizou de modo estável, provavelmente porque ela está no estágio inicial de fusão com outra galáxia rica em gás. Devido a esse processo, a equipe espera que ela continue com uma formação estelar intensa, já que possui gás molecular em abundância para “alimentar” a atividade de nascimento de estrelas.

O grupo acrescentou que essa ULIRG pode evoluir para uma galáxia obscurecida por poeira quente (DOG), depois entrar na fase de núcleo galáctico ativo exposto (AGN), e por fim se transformar em uma galáxia elíptica no Universo local. No entanto, os astrônomos ressaltaram que são necessários mais estudos para entender melhor esse sistema e os rumos que ele poderá seguir no decorrer da história cósmica.

Samuel Amaral
Redator(a)

Samuel Amaral é jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP) e estagiário de Ciência e Espaço no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.