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Os investimentos em inteligência artificial fazem parte de uma estratégia dos governos da Europa. No entanto, este movimento pode agravar questões ambientais já problemáticas enfrentadas em território europeu.
Com o número cada vez maior de data centers de IA, a demanda por energia e água aumenta. O problema é que cerca de 30% da população do continente vive em áreas com estresse hídrico permanente.

Data centers podem consumir a pouca água disponível
Segundo especialista ouvido pela CNBC, os planos de construir data centers em áreas com escassez de água refletem a falta de pensamento integrado das autoridades europeias. Apesar de parecer se tratar de um investimento no futuro, este movimento ameaça a sustentabilidade.
Os data centers tendem a ser construídos em climas áridos ou semiáridos porque esse é o ambiente preferido para servidores; no entanto, essas áreas tendem a estar sujeitas à escassez de água ou propensas à seca também.
Kevin Grecksch, professor da Universidade de Oxford

Um dos exemplos citados é Aragão, uma área de grave estresse hídrico no nordeste da Espanha. O local foi escolhido pela Amazon para a construção de três data centers. A ideia é criar milhares de empregos, mas a proposta gerou tensão entre agricultores locais e ativistas ambientais.
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Crise hídrica é um problema sério
- Os legisladores europeus admitem que existe um problema com a crescente crise hídrica.
- No entanto, afirmam que novos sistemas para reduzir o consumo de água nos data centers estão sendo desenvolvidos.
- Uma análise publicada pela S&P Global no mês passado revela que a exposição média da indústria de data centers ao estresse hídrico deve ser alta na década de 2020.
- O documento aponta que países como Espanha e Grécia devem enfrentar os piores cenários.
- Já a Agência Europeia do Ambiente afirmou que os recursos hídricos da região estão atualmente sob “forte pressão”, com o estresse hídrico afetando um terço da população e do território da Europa.