Essa pulseira de relógio é feita usando lasers; veja!

Nova pulseira Polymesh da Ming é um curioso produto feito com impressão 3D a laser e componentes potencialmente explosivos, como pó de titânio
Por Bruno Ignacio de Lima, editado por Bruno Capozzi 16/10/2025 06h30
Pulseira Polymesh da Ming
Pulseira Polymesh da Ming (Imagem: Divulgação)
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Uma pulseira de relógio que busca combinar o conforto do tecido, a leveza da borracha e a resistência de um bracelete de metal foi apresentada recentemente pela marca independente da Malásia, Ming. Apelidada de Polymesh, a inovadora pulseira é fabricada por meio de um processo de impressão 3D a laser, utilizando titânio para criar uma peça que, segundo a empresa, oferece uma experiência única que reúne as melhores qualidades de diferentes materiais.

Conforme detalhado pela Ming, a pulseira é impressa em 3D a partir de titânio grau 5 e é composta por 1.693 peças interligadas, incluindo a fivela, que são unidas sem o uso de pinos ou parafusos. A estrutura, formada por fileiras de triângulos equiláteros, resulta em uma peça flexível que se ajusta como tecido, mas mantém a durabilidade característica do titânio.

Pulseira Polymesh da Ming
Pulseira Polymesh da Ming (Imagem: Divulgação)

Produzir a Polymesh poderia ser literalmente explosivo

O desenvolvimento deste produto levou sete anos e contou com a colaboração de parceiros na Itália e na Suíça. De acordo com informações da empresa, o processo enfrentou desafios notáveis, incluindo o risco de os componentes se fundirem durante a impressão e o fato de o titânio em pó, a matéria-prima utilizada, ser altamente explosivo.

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A precisão exigida é impressionante: como a pulseira e a fivela devem ser impressas como uma unidade, a Ming precisou trabalhar com folgas de menos de 70 mícrons, o equivalente à espessura média de um cabelo humano. Como resultado, cada pulseira leva várias horas para ser produzida em um ambiente de gás inerte.

Embora a Ming não seja a primeira marca a usar técnicas de impressão 3D para produtos finais em relojoaria, conforme apurado, ela se destaca por ser a única a aplicar essa tecnologia em pulseiras ou braceletes.

Pulseira Polymesh da Ming
Pulseira Polymesh da Ming (Imagem: Divulgação)

A última grande inovação comparável no setor foi a introdução da pulseira Oysterflex da Rolex em 2015, mas o resultado técnico da Polymesh é considerado distinto por alcançar uma sensação de maleabilidade com metal, algo que tradicionalmente exige um trabalho artesanal complexo.

A empresa já anunciou que está trabalhando em uma versão de aço inoxidável e em breve oferecerá uma largura de 22 milímetros para complementar a especificação atual de 20 mm. A pulseira Polymesh, que é compatível com qualquer relógio da marca Ming, já pode ser encomendada por 1.500 francos suíços (aproximadamente US$ 1.900, ou mais de R$ 10 mil) e levará de seis a oito semanas para chegar aos compradores.

Bruno Ignacio de Lima
Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia e conteúdo perene. Atualmente, é colaborador no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.