Vulcão “zumbi” volta a atividade após 700 mil anos

Vulcão Taftan, no Irã, mostra sinais de atividade após 700 mil anos. Satélites detectaram inchaço no cume, indicando pressão de magma
Por Valdir Antonelli, editado por Lucas Soares 20/10/2025 17h19
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Imagem: Tripper92/Shutterstock.com
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Depois de 700 mil anos em silêncio, o vulcão Taftan, localizado no sudeste do Irã, começou a mostrar sinais de que pode estar “acordando”.

Um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters afirma que o cume do vulcão inchou cerca de 9 centímetros entre julho de 2023 e maio de 2024, indicando um aumento de pressão sob a superfície.

Registros mostram atividade no vulcão Taftan, como um pequeno fluxo de lava e fumaça em 1992. No entanto, sua última grande erupão foi há cerca de 700 mil anos. Imagem: Photo Tripper92/Shutterstock

Único vulcão ativo da região

O Taftan, que tem quase 4 mil metros de altura, é o único vulcão ativo da região de Makran, uma área montanhosa localizada entre o Irã e o Paquistão. Ele se formou a partir do encontro de duas placas tectônicas que se chocaram há milhões de anos.

Até pouco tempo, o Taftan era considerado tranquilo — quase uma montanha comum. Há registros de que soltou fumaça em 1902 e relatos não confirmados de um pequeno fluxo de lava em 1992, mas sua última grande erupção aconteceu há cerca de 700 mil anos, muito antes de existirem seres humanos.

Mudanças na permeabilidade dos gases ou pequenas intrusões de magma não detectadas podem estar elevando a pressão, indicando possível erupção no futuro. Imagem: Photo Tripper92/Shutterstock

Não há motivo aparente para o “inchaço” detectado

O que chamou a atenção no estudo é que o inchaço do vulcão parece ter ocorrido sem nenhum gatilho aparente, como terremotos ou aumento das chuvas na região. Isso sugere que o magma pode estar sendo empurrado para cima por bolsas de água quente e vapor no subsolo, gerando pressão dentro do sistema vulcânico.

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Os pesquisadores explicam que mudanças na permeabilidade dos gases ou pequenas intrusões de magma não detectadas podem estar elevando a pressão a cerca de 460 a 630 metros abaixo da superfície.

“Nossas descobertas revelam que Taftan está mais ativo do que se imaginava anteriormente”, disseram os autores do estudo. “Isso destaca a necessidade urgente de revisar o risco vulcânico da região de Makran e atualizar os mapas de perigos geológicos.”

Apesar do alerta, os pesquisadores afirmam que não há sinais de uma possível erupção do Taftan no futuro próximo. Imagem: Photo Tripper92/Shutterstock

Não há sinais de erupção imediata

Apesar do alerta, a equipe que estuda o vulcão afirma que não há sinais imediatos de erupção. Ainda assim, o fenômeno mostra que o Taftan está mais ativo do que se pensava, e os vulcanólogos pedem reforço nos sistemas de monitoramento para evitar surpresas.

Pontos importantes sobre o vulcão Taftan

  • Localização: sudeste do Irã, perto da fronteira com o Paquistão.
  • Altura: 3.940 metros.
  • Tipo: estratovulcão ativo do arco vulcânico continental de Makran.
  • Histórico: última grande erupção ocorreu há cerca de 700 mil anos.
  • Novo alerta: o cume inchou 9 cm entre julho/2023 e maio/2024.
  • Causa provável: aumento de pressão por magma, vapor e água quente subterrânea.
  • Risco atual: sem erupção prevista, mas com necessidade de monitoramento constante.
Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.