De companhias aéreas a gigantes de tecnologia, uma onda de demissões vem sendo justificada pela adoção da inteligência artificial.
Accenture, Lufthansa, Salesforce, Klarna e Duolingo anunciaram cortes recentes, alegando ganhos de eficiência com a automação. Mas especialistas afirmam que a IA virou um álibi conveniente para decisões de negócio impopulares.

Bode expiatório corporativo
- Fabian Stephany, professor do Oxford Internet Institute, diz que muitas dessas demissões são apenas uma forma de encobrir estratégias de reestruturação.
- “As empresas projetam na IA uma narrativa de modernização para justificar cortes inevitáveis”, afirmou à CNBC.
- Ele lembra que várias corporações contrataram demais durante a pandemia e agora fazem uma “limpeza de mercado”.
- Jean-Christophe Bouglé, cofundador da Authentic.ly, concorda: “Em grandes corporações, há pouca aplicação real de IA.
- Mesmo assim, demissões em massa são anunciadas ‘por causa da IA’. Parece uma grande desculpa.”

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O que dizem os dados
Relatórios do Budget Lab, da Universidade de Yale, e do Federal Reserve de Nova York indicam que a automação por IA ainda teve impacto mínimo sobre o emprego. Apenas 1% das empresas de serviços nos EUA citaram a IA como causa direta de demissões.
Stephany resume: “O medo de que a IA acabe com o trabalho humano é antigo — e raramente se confirma. Assim como no passado, a tecnologia tende a criar novas funções, não a eliminá-las.”
