Primeiro data center subaquático movido a energia eólica é inaugurado na China

Data center subaquático vai usar energia eólica e água do mar para operar, diminuindo gastos
Vitoria Lopes Gomez22/10/2025 09h12
data center no fundo do mar
(Imagem gerada por IA via DALL-E/Olhar Digital)
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A China concluiu a construção do primeiro data center subaquático movido a energia eólica do mundo. Ele fica na Área Especial Lin-gang, uma zona econômica em Xangai focada em inovação e comércio. A instalação está na Fase 1 e, por enquanto, pode gerar 2,3 MW.

A expectativa é que o projeto avance para uma segunda fase e possa chegar à capacidade de 24 MW.

data center subaquático movido a energia eólica
Representação do data center subaquático movido a energia eólica offshore (Imagem: Shanghai Hailanyun Technology/Reprodução)

Primeiro data center subaquático movido a energia eólica do mundo

A instalação combina energia eólica offshore, responsável por fornecer 95% da eletricidade para a operação, com o próprio ambiente do fundo do mar para resfriamento.

Inclusive, o resfriamento das máquinas é um dos fatores que mais gasta energia e água nos data centers. O New Atlas estima que as instalações podem consumir até 19 milhões de litros de água por dia, o equivalente a uma cidade de 10 mil a 50 mil habitantes, e que o processo corresponde de 40 a 50% do gasto total de energia da operação. Empresas têm tentado reduzir esse número, mas ainda é um desafio.

A vantagem de estar no fundo do mar é que o data center chinês usa a própria água e solo subaquático nesse processo, criando um resfriamento natural que reduz o consumo. Segundo a agência de notícias Xinhua, o projeto deve reduzir o gasto em resfriamento para menos de 10% do total.

Além disso, ele reduz o consumo de energia em cerca de 22,8% e elimina o uso de água doce em mais de 90%.

data center
Resfriamento dos data centers é um dos principais gastos da operação (Imagem: Oselote/iStock)

Primeira fase já foi concluída

Inicialmente, o data center vai gerar 2,3 W em fase de demonstração, que já foi concluída.

A instalação não servirá apenas como armazenamento de dados, mas também deve gerar poder computacional para uma série de aplicações, incluindo treinamento de modelos de linguagem, operação de inteligência artificial, infraestrutura para redes 5G, de Internet das Coisas e comércio eletrônico.

A expectativa é que, na fase 2, o data center possa chegar a 24 W de capacidade. Não há cronograma para essa ampliação.

Apesar dos avanços, engenheiros reconhecem que a tecnologia ainda está em estágios iniciais e precisará passar por aprimoramentos contínuos para funcionar em larga escala.

O projeto custou cerca de 1,6 bilhão de yuans, cerca de R$ 1,2 bilhão.

Ilustração de homem andando em data center com linhas de dados ao redor dele
Instalação na China deve alimentar serviços como IA e comércio (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Leia mais:

Anatel alerta para concentração de data centers no Brasil

  • No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alertou o governo federal sobre os riscos da concentração de data centers em grandes cidades, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE);
  • O presidente do conselho diretor da autarquia, Carlos Baigorri, afirmou que a dispersão desses centros de processamento de dados pelo território nacional é essencial para garantir maior segurança ao sistema de dados do país;
  • O dirigente destacou que a concentração da infraestrutura digital aumenta a vulnerabilidade do sistema.

Veja os detalhes neste link.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.