Catástrofes naturais: Google Earth agora prevê quem está em risco 

Com uso do Gemini, big tech combinou diferentes modelos de IA do Earth para fornecer insights de áreas vulneráveis mais rapidamente
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 24/10/2025 00h30
Ao fundo, mapa do Google Earth; à frente, logo do serviço em um smartphone na horizontal
Recursos experimentais estão disponíveis para assinantes nos EUA (Imagem: T. Schneider/Shutterstock)
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O Google anunciou novos recursos de inteligência artificial (IA) para o Google Earth que podem ajudar a salvar vidas durante desastres naturais ou em períodos de grandes mudanças no clima. Um deles identifica comunidades e infraestruturas em risco, simultaneamente. Outro permite que usuários encontrem objetos e descubram padrões em imagens de satélite.

“O Earth AI foi desenvolvido com base em décadas de modelagem do mundo, aliado a modelos preditivos de última geração e ao raciocínio avançado do Gemini, permitindo que empresas, cidades e organizações sem fins lucrativos alcancem uma compreensão mais profunda em minutos — esforços que antes exigiam análises complexas e anos de pesquisa”, explica a empresa.

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Analistas podem obter insights a partir de perguntas no Gemini dentro do Earth (Imagem: Divulgação/Google)

Raciocínio Geoespacial

O Google criou uma estrutura desenvolvida pelo Gemini que, agora, permite que a IA conecte, automaticamente, diferentes modelos de IA do Earth — como previsões do tempo, mapas populacionais e imagens de satélite — para responder a perguntas complexas.

Em vez de apenas ver onde uma tempestade pode cair, o Raciocínio Geoespacial identifica quais áreas estão mais vulneráveis naquele momento. Na prática, a tecnologia combina informações sobre enchentes e densidade populacional, facilitando o envio de alertas de prevenção para quem mais precisa.

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Modelos preditivos ajudam na emissão de alertas para áreas em risco (Imagem: Divulgação/Google)

Novos recursos do Google Earth oferecem insights aprofundados

  • O Google também inseriu novos modelos de IA no Earth para que analistas possam obter insights sobre o mundo a partir de perguntas. Por exemplo, uma empresa de água agora pode identificar onde um rio secou — o que pode ajudar as comunidades a prever o risco de tempestades de areia durante uma seca — e notificar a população com antecedência;
  • Analistas podem, ainda, identificar, rapidamente, onde algas nocivas estão proliferando para monitorar o abastecimento de água potável, dando às autoridades tempo para emitir alertas ou fechar os serviços de abastecimento de água;
  • Este recurso experimental estará disponível nos EUA nas próximas semanas para usuários do Google Earth Professional e Professional Advanced. Já assinantes do Google AI Pro e Ultra nos EUA podem acessar os recursos do Gemini no Google Earth com limites mais altos.

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IA reúne previsões do tempo, mapas populacionais e imagens de satélite (Imagem: Divulgação/Google)

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Como Earth AI está sendo usada na vida real?

O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para a África (OMS AFRO) está utilizando os modelos de População e Meio Ambiente da Earth AI, juntamente com seus próprios conjuntos de dados, para entender e prever quais áreas na República Democrática do Congo estão em risco de surtos de cólera. Essas informações permitem que especialistas ajudem a gerenciar a água, o saneamento e a vacinação.

Fornecedores de imagens de satélite, como Planet e Airbus, estão usando modelos de IA da Terra para analisar os bilhões de pixels que capturam diariamente.

A Planet analisa imagens históricas de satélite para ajudar os clientes a mapear o desmatamento. A Airbus usa a IA da Terra para ajudar os clientes a detectar onde a vegetação está invadindo as linhas de energia, para poderem evitar interrupções.

A Bellwether, uma empresa da Alphabet’s X, está usando Earth AI para fornecer insights sobre previsões de furacões para a corretora de seguros global McGill and Partners. Isso permite que os clientes da McGill paguem indenizações mais rapidamente, permitindo que os proprietários comecem a reconstruir suas casas mais cedo.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.