O plano da China para mudar a corrida tecnológica em 5 anos

Governo da China pretende investir em chips semicondutores e IA para isolar a economia das pressões estrangeiras, em especial dos EUA
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 24/10/2025 05h40, atualizada em 24/10/2025 20h52
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Os últimos dias foram marcados por novas tensões entre China e Estados Unidos. Pequim restringiu o acesso da Casa Branca às terras raras, o que levou o presidente Donald Trump a ameaçar aplicar novas tarifas econômicas contra os chineses.

Estes acontecimentos têm como pano de fundo uma disputa pela hegemonia tecnológica global. Os EUA já anunciaram diversas sanções para impedir o avanço do país rival em setores estratégicos, como chips semicondutores e inteligência artificial. Neste cenário, Pequim persegue a tão sonhada autossuficiência.

chips china
Um dos focos está no setor de chips semicondutores (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

Proposta foi discutida no Comitê Central do Partido Comunista

  • Segundo informações da Bloomberg, o governo da China tem um plano para conquistar a autossuficiência tecnológica e impulsionar o mercado doméstico.
  • A ideia é isolar a economia das pressões estrangeiras, garantindo um crescimento sustentável.
  • Os resultados seriam observados nos próximos cinco anos.
  • As discussões sobre o assunto aconteceram durante um encontro de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista, que governa o país.

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China vai estimular indústria nacional de IA (Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock)

Aumento da produtividade pode contornar sanções

As autoridades chinesas não apresentaram detalhes específicos sobre o plano, até para não deixar claro para os países rivais quais são seus objetivos. Elas se limitaram a informar que a proposta aprovada prevê uma ênfase nas “forças produtivas de nova qualidade”.

Em outras palavras, Pequim vai aumentar ainda mais os investimentos em tecnologias avançadas, como semicondutores e IA. A expectativa é que isso ajude a aumentar a produtividade e alcançar a autossuficiência, mesmo diante das restrições ocidentais às exportações.

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Empresas como a Huawei farão parte do plano (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Neste cenário, o governo chinês conta com as gigantes do setor de tecnologia. É o caso, por exemplo, da Huawei que busca conquistar o espaço da Nvidia no país quando o assunto são chips. Já o DeepSeek pode ser uma das apostas para impulsionar o avanço de IA. Tudo isso com tecnologia nacional.

Ao mesmo tempo, o documento reiterou a promessa de impulsionar o consumo doméstico da China. Isso garantiria uma demanda que poderia ser atendida pelo avanço produtivo. No entanto, políticas públicas voltadas ao tema só devem ser anunciadas posteriormente.

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.