Deslizamento no Alasca gera megatsunami mais alto que arranha-céus de Nova York

Um deslizamento de terra no Alasca gerou um megatsunami de até 500 metros, um dos maiores já registrados na história
Por Maurício Thomaz, editado por Layse Ventura 25/10/2025 07h00
Megatsunami de 500 metros atinge fiorde no Alasca após gigantesco deslizamento
Megatsunami de 500 metros atinge fiorde no Alasca após gigantesco deslizamento (Imagem: FOTOKITA / iStock)
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Um deslizamento colossal ocorrido em agosto de 2025 provocou um megatsunami de proporções impressionantes no Alasca. Segundo o US Geological Survey (USGS), o evento aconteceu no fiorde Tracy Arm, a cerca de 130 quilômetros ao sul de Juneau, capital do estado.

O deslizamento envolveu cerca de 100 milhões de metros cúbicos de terra, gerando uma onda de até 500 metros de altura – mais alta do que quase todos os arranha-céus de Nova York, com exceção do One World Trade Center. As informações são do IFL Science.

Um colapso colossal nas geleiras do Alasca

O deslizamento ocorreu por volta das 5h30 da manhã (horário local) de 10 de agosto. De acordo com o sismólogo estadual Michael West, qualquer estrutura próxima à base do deslizamento teria sido completamente destruída. “Tudo o que estivesse na extremidade da geleira teria sido absolutamente obliterado”, afirmou o especialista à Alaska Public Media.

Megatsunami
O deslizamento envolveu cerca de 100 milhões de metros cúbicos de terra, gerando uma onda de até 500 metros de altura (Imagem: CGS Graphics / Shutterstock)

O impacto foi tão intenso que os sinais sísmicos foram detectados por estações localizadas a mais de 1.000 quilômetros de distância. Pouco depois, o aumento anormal do nível da água começou a ser percebido na entrada do fiorde Fords Terror, onde a proprietária de um navio de cruzeiro, Christine Smith, notou que o mar estava subindo em um momento em que a maré deveria estar baixando. “Sabíamos que algo estava errado”, relatou.

Os cientistas do Alaska Earthquake Center confirmaram rapidamente que o deslizamento havia provocado um megatsunami. Apesar do tamanho das ondas, não há relatos de mortes, embora alguns campistas que estavam em uma ilha próxima tenham perdido seus equipamentos após a água atingir o local.

Onda comparável a arranha-céus

De acordo com medições feitas por GPS e altímetros a bordo de um helicóptero, o primeiro impacto do tsunami atingiu entre 470 e 500 metros de altura no ponto oposto ao deslizamento. Para efeito de comparação, essa onda foi:

  • mais alta que o Empire State Building (381 metros);
  • mais alta que o Central Park Tower (472 metros);
  • superada apenas pelo One World Trade Center (541 metros).
Mega tsunami chegou a ser mais alto que o Empire State Building
Mega tsunami chegou a ser mais alto que o Empire State Building (Imagem: Matej Kastelic / Shutterstock)

Além do impacto inicial, o evento gerou um fenômeno conhecido como seiche, uma oscilação de ondas dentro de um espaço confinado. Dados do Alaska Earthquake Center indicam que essa movimentação – um “vai e vem” das águas – ocorreu a cada minuto durante 35 horas consecutivas após o deslizamento.

Área permanece em risco de novos tsunamis

O megatsunami de Tracy Arm não foi o maior já registrado – o recorde pertence a outro evento no próprio Alasca, em 1958, com 524 metros –, mas o impacto geológico e ambiental foi devastador. As imagens registradas nos dias seguintes mostram grandes áreas devastadas ao redor da geleira South Sawyer, onde o deslizamento começou.

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De acordo com o USGS, a região deve permanecer instável por anos. “Áreas íngremes e montanhosas de deslizamento são naturalmente instáveis e continuarão mudando. Quedas de rochas e novos deslizamentos em menor escala são esperados, o que pode gerar novos tsunamis locais”, informou o órgão.

O caso reforça os riscos crescentes associados ao derretimento de geleiras e à instabilidade do solo em regiões árticas (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)
Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.

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