Microsoft rejeita IA para criar conteúdo erótico e se distancia da OpenAI

Mustafa Suleyman afirma que empresa não seguirá rumo de Sam Altman e critica “IAs aparentemente conscientes”
Leandro Costa Criscuolo25/10/2025 06h00
microsoft
Imagem: nitpicker/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Microsoft deixou claro que não pretende desenvolver serviços de inteligência artificial voltados para erotismo ou simulações sexuais, marcando um afastamento da postura adotada recentemente por sua parceira OpenAI.

A declaração foi feita pelo CEO da Microsoft AI, Mustafa Suleyman, durante o Paley International Council Summit, em Menlo Park, Califórnia. “Esse não é um serviço que iremos fornecer”, afirmou Suleyman. “Outras empresas farão isso.”

O comentário veio uma semana após Sam Altman, CEO da OpenAI, dizer que planeja permitir que adultos verificados usem o ChatGPT para conteúdo erótico, defendendo que sua empresa “não é a polícia moral do mundo”.

microsoft
Mustafa Suleyman descarta desenvolver ferramentas com erotismo e critica empresas que apostam nesse tipo de interação (Imagem: ShU studio / Shutterstock.com)

Tensões crescentes entre Microsoft e OpenAI

  • Embora a Microsoft continue sendo grande investidora e parceira de nuvem da OpenAI, as relações entre as duas empresas têm mostrado sinais de atrito.
  • A OpenAI firmou novas parcerias com rivais como Google e Oracle, enquanto a Microsoft tem reforçado seus próprios produtos de IA, como o Copilot AI
  • O assistente agora inclui um assistente interativo chamado Mico, capaz de se comunicar por chamadas e alterar cores para expressar emoções.

Leia mais:

Logos de OpenAI e Microsoft
CEO da divisão de IA critica serviços como o Grok, de Elon Musk, e se opõe à nova política da OpenAI (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

Críticas à “IA consciente” e alerta sobre riscos

Suleyman tem sido uma das vozes mais cautelosas no debate sobre os limites da inteligência artificial. Em um ensaio publicado em agosto, intitulado “Devemos construir IA para pessoas; não para ser uma pessoa”, ele defendeu que as empresas evitem criar sistemas que pareçam conscientes.

Na conferência, o executivo reforçou a preocupação ao citar exemplos de avatares e chatbots com apelo sexual, como o Grok, de Elon Musk, que introduziu personagens com traços de anime. “Isso é muito perigoso”, alertou. “Precisamos tomar decisões conscientes para evitar esse tipo de caminho.”

Logo da Microsoft na frente de uma loja
Microsoft rejeita tendência de IAs com apelo sexual (Imagem: Lena Chert/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.