Natureza ON: nova plataforma usa IA para mapear áreas de risco no Brasil

MapBiomas, Google Cloud e Fundação Grupo Boticário lançam a plataforma que usa dados e IA para mapear áreas vulneráveis a eventos climáticos
Ana Luiza Figueiredo27/10/2025 13h14, atualizada em 27/10/2025 14h36
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(Imagem: Cid Guedes/iStock)
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A rede MapBiomas apresentou uma nova ferramenta que usa dados e inteligência artificial (IA) para identificar áreas vulneráveis a eventos climáticos extremos e sugerir alternativas sustentáveis de adaptação. A iniciativa faz parte da Plataforma Natureza ON, desenvolvida em parceria com a Fundação Grupo Boticário e com apoio tecnológico do Google Cloud.

Voltada a gestores públicos, pesquisadores e cidadãos, a plataforma permite consultar o nível de vulnerabilidade de diferentes regiões do país — de ruas a bacias hidrográficas — e oferece Soluções Baseadas na Natureza (SBN), como parques lineares, telhados verdes e renaturalização de rios, para reduzir riscos de enchentes, secas e deslizamentos. O lançamento será realizado durante a COP30, em Belém, no painel “Dados, inteligência artificial e novas tecnologias aliados à ação climática”.

COP30
Imagem: Poetra.RH/Shutterstock

Dados ambientais integrados em tempo real

  • A Natureza ON utiliza o Google Earth Engine, já empregado pelo MapBiomas no monitoramento do uso da terra, e outras tecnologias da nuvem do Google, como BigQuery e Cloud Storage.
  • Essa estrutura permite processar grandes volumes de dados climáticos e sociais com rapidez e segurança, oferecendo informações que podem embasar planos de prevenção a desastres naturais e políticas de adaptação climática.
  • De acordo com Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, o projeto reúne dados climáticos, geológicos e territoriais para criar cenários de vulnerabilidade e risco.
  • Segundo ele, o objetivo é “oferecer dados consistentes e transparentes para que gestores e sociedade tomem decisões melhor informadas, com rastreabilidade metodológica e atualização contínua”.

Uma funcionalidade da plataforma, que está em fase beta, permite a interação por conversação. O usuário pode clicar no ‘módulo de IA’ — que usa o Gemini como base — para fazer perguntas específicas, como o quanto determinado município tinha de área florestal em determinado ano.

A ideia é que os usuários possam usar a inteligência artificial, sim, para fazer uma análise mais fácil, mais simples. E essa inteligência artificial usa toda essa informação também para, no próximo passo, dar essa propensão de risco e dizer aonde é que tem maior ou menor propensão. Esse tipo de uso da inteligência artificial é justamente o que a gente espera que traga ainda mais potência no futuro para todas essas tecnologias.

Milena Leal, Diretora de negócio Google Cloud

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Conexão entre tecnologia e meio ambiente

O MapBiomas é uma rede que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia dedicadas ao monitoramento ambiental. Desde 2015, a iniciativa produz mapas anuais de uso e cobertura da terra no Brasil e já validou mais de 470 mil alertas de desmatamento. Suas bases de dados públicas e gratuitas são usadas em políticas públicas, fiscalização e ações judiciais.

(Imagem: Autthapol Champathong / iStock)

Com a Natureza ON, o trabalho da rede se expande para além do monitoramento, oferecendo um serviço interativo que transforma dados ambientais em ferramentas práticas para adaptação climática. A iniciativa reforça a importância do uso de ciência aberta e dados públicos como base para decisões sobre o enfrentamento das mudanças do clima.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.