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O prejuízo envolvendo golpes no Pix aumentou no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período no ano passado, com alta de 21%. O valor médio chega a R$ 2,54 mil por caso. Além disso, os crimes estão mais sofisticados e crescem de valor conforme a faixa etária e renda média sobem.
Os dados são da terceira edição da pesquisa Golpes Com Pix, realizada pela empresa de inteligência contra golpes financeiros Silverguard. As informações foram antecipadas ao site Valor e, posteriormente, ao Olhar Digital.
O estudo analisou mais de 12 mil denúncias na Central SOS Golpe.

Prejuízo em golpes com Pix aumentou
No primeiro semestre de 2024, o prejuízo médio por golpe era de R$ 2,1 mil. No primeiro semestre deste ano, subiu para R$ 2,54 mil, um aumento de 21%.
Pessoas das classes A/B, com renda mensal acima de R$ 9 mil, tiveram um prejuízo médio ainda maior, chegando a R$ 10,5 mil por caso (70% a mais do que em 2024, com R$ 6,3 mil). Pessoas da classe C tiveram prejuízo médio de R$ 4,3 mil (contra R$ 3,5 mil do ano passado) e das classes D/E, R$ 1.500 (o mesmo valor médio do que no ano passado).
Conforme a faixa etária aumenta, o valor do prejuízo dos golpes no Pix também aumenta. Pessoas de 18 a 24 anos perderam, em média, 1.050 por caso, número que sobe para R$ 1.930 para quem tem entre 25 a 29 anos. O valor vai para R$ 3.210 na faixa de 50 a 59 anos e R$ 4.820 para quem tem 60 anos ou mais.
Já as empresas tiveram prejuízos médios de R$ 5.200, o dobro do valor registrado por pessoas físicas.
O estudo também revelou que dois em cada três golpes têm origem em redes sociais da Meta, com o WhatsApp na liderança (29,6% dos casos, principalmente entre vítimas de mais de 60 anos), seguido por Instagram (21,4%, entre vítimas menores de 18 anos) e Facebook (13,1%). O Telegram também tem crescido como em número de casos, com 11,8% das ocorrências.
O Olhar Digital entrou em contato a Meta caso a empresa queira se posicionar.

Crimes ficaram mais sofisticados
Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade dos casos de golpes no Pix (65% ou dois a cada três) agora têm os recursos direcionados para contas de pessoas jurídicas, não pessoas físicas. O número estava em 42% em 2024. Trata-se de uma estratégia identificada pela pesquisa de mudar o destino do dinheiro roubado.
Para Marcia Netto, CEO da Silverguard e coordenadora da pesquisa, isso mostra que “golpes digitais deixaram de ser práticas amadoras” e se tornaram uma “indústria criminosa altamente estruturada”.
O estudo também traz um ranking dos Estados mais afetados pelos golpes de acordo com o prejuízo médio. A liderança fica com Alagoas, com prejuízo médio de R$ 3.370 por golpe, seguido por Espírito Santo (R$ 2.890) e Roraima (R$ 1.880). Em São Paulo, a perda média ficou em R$ 1.600. O menor número é no Rio Grande do Norte, com prejuízo médio de R$ 650.

Mecanismo de devolução do Banco Central foi mais acionado
O estudo ainda traz dados sobre o Mecanismo Especial de Devolução (MED), recurso criado pelo Banco Central no fim de 2021 para facilitar a devolução de valores em casos de fraudes, golpes e falhas no Pix. Recentemente, o sistema ganhou um botão de contestação de transação para facilitar a devolução (veja como funciona aqui).
O número de solicitações de MED chegou a 7,75 milhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 60% em relação a 2024. A alta vem desde 2022 e, só entre 2023 e 2024, o número quase triplicou, chegando a 12,14 milhões no passado.

Quais os principais golpes no Pix?
De acordo com os dados da pesquisa, os golpes mais comuns são:
- Compras falsas em perfis ou lojas inexistentes (42,9%);
- Falsas oportunidades de emprego ou renda extra (12,5%);
- Promessas de multiplicar ou investir dinheiro (12,2%).
O estudo ainda trouxe divisão por faixa etária. Dos 18 aos 49 anos, os golpes listados acima seguem na ordem dos mais comuns.
No entanto, entre pessoas de 50 a 59 anos e acima de 60 anos, o segundo comum mais comum envolve um impostor pedindo dinheiro emprestado ou ajuda.
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Quais os estados com mais vítimas de golpes no Pix?
Veja o top 10:
- Santa Catarina (R$1.220 de prejuízo médio);
- Distrito Federal (R$ 1.730 de prejuízo médio);
- Minas Gerais (R$ 1.570 de prejuízo médio);
- Paraná (R$ 1.230 de prejuízo médio);
- Rio Grande do Sul (R$ 1.690 de prejuízo médio);
- São Paulo (R$ 1.600 de prejuízo médio);
- Rio de Janeiro (R$ 1.320 de prejuízo médio);
- Espírito Santos (R$ 2.890 de prejuízo médio);
- Mato Grosso do Sul (R$ 1.780 de prejuízo médio);
- Mato Grosso (R$ 1.630 de prejuízo médio).