A Mercor, startup que ajuda gigantes da tecnologia a treinar modelos de inteligência artificial, está prestes a fechar uma rodada de US$ 350 milhões que deve elevar sua avaliação para US$ 10 bilhões, segundo fontes próximas ao acordo.
O valor representa um salto de cinco vezes em relação à última captação, em fevereiro, e consolida a empresa como um dos principais nomes do setor, como revelado com exclusividade pelo Wall Street Journal.

De recrutamento automatizado a potência em treinamento de IA
- Fundada em 2023 por Brendan Foody, Adarsh Hiremath e Surya Midha, três jovens que abandonaram a faculdade e se tornaram bolsistas Thiel, a Mercor começou como uma startup de recrutamento automatizado.
- Seu sistema de triagem de currículos, voltado a engenheiros e matemáticos, acabou formando uma vasta rede global de profissionais — hoje 30 mil contratados — que a empresa aproveitou para um novo e lucrativo negócio: rotular dados e avaliar respostas de chatbots de IA.
- Entre os clientes da Mercor estão OpenAI e Anthropic, duas das principais desenvolvedoras de modelos de linguagem.
- A empresa passou a contratar especialistas de diversas áreas — de médicos a advogados e jornalistas — para ajudar a treinar sistemas capazes de pensar e se comunicar de forma mais humana.
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Corrida bilionária
O boom da IA despertou forte competição. O investimento de US$ 14 bilhões da Meta na Scale AI, rival direta da Mercor, elevou a avaliação da concorrente para US$ 29 bilhões, mas também gerou preocupações sobre neutralidade e privacidade de dados.
Desde então, a receita da Mercor quadruplicou, atraindo ainda mais investidores, como Felicis, Benchmark e General Catalyst.
A disputa chegou aos tribunais: a Scale processou a Mercor por suposto roubo de segredos comerciais, acusação que a empresa nega.
Enquanto isso, a Mercor continua expandindo — e pagando bem. Médicos contratados como rotuladores de dados podem receber US$ 170 por hora, avaliando diagnósticos e respostas médicas geradas por IA.
