EagleEye: capacete com IA amplia sentidos de soldados americanos

Equipamento consolida o planejamento de missões, a percepção e o controle de ativos não tripulados em um sistema leve
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 28/10/2025 06h24
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EagleEye foi desenvolvido do zero com complementos modulares ergonômicos (Imagem: Anduril/Divulgação)
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A tecnologia está mudando também a guerra.

Soldados dos Estados Unidos vão testar um novo dispositivo equipado com recursos de inteligência artificial desenvolvido pela Anduril, empresa especializada em sistemas de defesa autônomos. O EagleEye foi projetado para uso em missões militares, unindo comando, controle e visão digital a partir de um capacete, uma viseira e um óculos.

O equipamento consolida o planejamento de missões, a percepção e o controle de ativos não tripulados em um sistema leve que reduz o peso e a carga cognitiva, ao mesmo tempo em que melhora a proteção. A Anduril diz que esse é um passo importante para concretizar a sua visão de transformar cada guerreiro em um “nó” conectado no campo de batalha.

O EagleEye se baseia em avanços de outros programas testados pela empresa, como o Soldier Borne Mission Command (SBMC) e Soldier Borne Mission Command–Architecture (SBMC-A) do Exército. Ambos formam uma plataforma de realidade mista que equipa os soldados com ferramentas integradas de consciência situacional, planejamento de missão e treinamento para aprimorar a tomada de decisões e a mobilidade.

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Óculos exibe múltiplos espectros com visão noturna (Imagem: Anduril/Divulgação)

Capacete do futuro

Planejamento da missão: O EagleEye possibilita o comando de missão por meio de uma visão 3D colaborativa de alta resolução. Os operadores podem ensaiar missões, coordenar movimentos e integrar transmissões de vídeo ao vivo. Isso cria um panorama operacional compartilhado antes e durante a missão;

Percepção aprimorada: O EagleEye inclui um HUD diurno opticamente transparente e um HUD digital com visão noturna. O sistema permite que os combatentes saibam a localização precisa da equipe no espaço, como sua posição exata dentro de um edifício ou em um andar específico, em vez de simplesmente aparecerem como um ponto em um mapa 2D;

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Dispositivo pode ser usado para mirar disparo de rifle (Imagem: Anduril/Divulgação)

Maior capacidade de sobrevivência: O EagleEye oferece proteção balística além do corte total e mitigação de ondas de choque em um casco ultraleve projetado para uso prolongado. Sensores de visão traseira e lateral ampliam a percepção sem distração. Já a detecção espacial de áudio e radiofrequência (RF) alerta operadores sobre ameaças ocultas ou imediatas;

Conectividade de ponta: O EagleEye consolida a rede de soldados e as ferramentas de comando em um sistema vestível. Os operadores podem acionar veículos aéreos não tripulados (UAS), solicitar disparos e controlar companheiros robóticos enquanto permanecem móveis. 

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Equilíbrio

A Anduril diz que o EagleEye foi desenvolvido do zero com complementos modulares ergonômicos e uma arquitetura que prioriza o software. O sistema equilibra o peso, reduz o volume dos óculos de visão noturna (NVGs) tradicionais e mantém os sensores alinhados com o centro de gravidade do combatente. 

“A EagleEye equipa operadores desmontados com a capacidade de planejar, lutar e sobreviver, conectados a todos os recursos no campo de batalha”, diz o comunicado.

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Equipamento consolida a rede de soldados e as ferramentas de comando em um sistema vestível (Imagem: Anduril/Divulgação)

A empresa tem trabalhado em parceria com Meta, OSI, Qualcomm Technologies, Inc. e Gentex Corporation para desenvolver trabalhos focados em realidade aumentada, óculos robustos, computação, sensores e capacetes balísticos. O objetivo é reduzir custos e garantir a atualização contínua de dispositivos usados pelo Exército dos EUA.

Veja a demonstração:

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.