Segurança nacional: EUA investem R$ 5,3 bi em supercomputadores da AMD 

Governo americano pretende acelerar pesquisas na geração de energia por fusão em experimentos com alto processamento de dados
Por Bruna Barone, editado por Lucas Soares 28/10/2025 06h10
amd
Equipamentos serão construídos em instalações do Departamento de Energia dos EUA (Imagem: Hepha1st0s/ShutterstocK)
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O governo dos Estados Unidos fechou uma parceria com a fabricante de processadores AMD para desenvolver supercomputadores voltados à segurança nacional, pesquisas em energia nuclear e tratamentos de câncer. O acordo prevê investimentos de até US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões), segundo a Reuters.

A ideia é garantir ao país estrutura suficiente para realizar experimentos científicos complexos, processando alto volume de dados. Isso inclui avanços na geração de energia por fusão nos próximos dois ou três anos — um campo de pesquisa que tenta recriar a reação do Sol na Terra a partir da colisão de átomos leves sob calor e pressão extremos.

“Fizemos grandes progressos, mas os plasmas são instáveis e precisamos recriar o centro do Sol na Terra”, disse o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, à Reuters, acrescentando que os supercomputadores também vão ajudar na gestão do arsenal nuclear americano e em simulações de medicamentos para câncer em nível molecular.

Logo da AMD na tela de um smartphone na horizontal
Supercomputadores serão entregues pela AMD entre 2026 e 2028 (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Agilidade

Chamado Lux, o primeiro supercomputador será baseado em chips de inteligência artificial MI355X da AMD e deve começar a operar em até seis meses. O equipamento foi desenvolvido em parceria com a Hewlett Packard Enterprise (HPE), a Oracle Cloud Infrastructure e o Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL), segundo a reportagem.

Segundo a presidente da AMD, o tempo de implantação do Lux tem sido mais rápido do que a média para computadores desse porte. “Essa é a velocidade e a agilidade que queríamos (fazer) para os esforços de IA dos EUA”, afirmou Lisa Su. A promessa é de uma capacidade de inteligência artificial até três vezes maior que as estruturas atuais.

Já o segundo supercomputador será entregue em 2028, com início das operações previsto para 2029. Batizado de Discovery, o projeto usará chips de IA da série MI430, criados para alto desempenho. 

departamento energia
(Imagem: DCStockPhotography/Shutterstock)

Os equipamentos serão construídos em instalações do Departamento de Energia dos EUA, onde as empresas envolvidas poderão participar das pesquisas de forma compartilhada com o governo americano.

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Energia em alta

Os dois supercomputadores integram o plano da Casa Branca de acelerar parcerias entre o governo e o setor privado para desenvolver tecnologias de alto desempenho. E isso tem um alto custo, não apenas financeiro, mas também de infraestrutura — sistemas que processam alto volume de dados exigem grandes quantidades de energia elétrica.

Na semana passada, o próprio secretário de Energia dos EUA solicitou a reguladores federais a criação de uma regra que acelere a conexão de data centers às redes elétricas, “posicionando os Estados Unidos como líderes em inovação em IA e na revitalização da indústria nacional”.

Data Center.
Governo quer acelerar integração de data centers com a rede elétrica nos EUA (Imagem: Caureem/Shutterstock)

Segundo o governo, a ideia é reduzir prazos: desde o tempo de estudo e os custos para melhorias na rede até a entrada em operação de energia adicional e revisões de projetos concluídas em 60 dias, e não mais anos.

“O presidente Trump e o secretário Wright foram claros: os Estados Unidos estão vivenciando um aumento sem precedentes na demanda por eletricidade e a capacidade dos Estados Unidos de permanecer na vanguarda da inovação tecnológica depende de um fornecimento de energia acessível, confiável e seguro”, finaliza o comunicado.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.