IAs citam sites menos populares do que o Google, aponta estudo

Buscas geradas por IA diferem de links tradicionais do Google, citando sites fora do top 100 e resumindo informações
Por Maurício Thomaz, editado por Layse Ventura 29/10/2025 07h00
Estudo mostra que buscas com IA citam sites menos populares que Google
Estudo mostra que buscas com IA citam sites menos populares que Google (Imagem: Summit Art Creations / Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Ruhr University, na Alemanha, e do Max Planck Institute for Software Systems analisaram como mecanismos de busca baseados em inteligência artificial (IA) diferem das páginas de resultados tradicionais do Google.

A pesquisa, publicada em preprint, mostrou que buscas geradas por IA tendem a citar fontes menos populares e sites que muitas vezes não aparecem nem entre os 100 primeiros resultados de uma pesquisa orgânica no Google. As informações são do portal Ars Technica.

Segundo o estudo, ferramentas como Google AI Overviews, Gemini-2.5-Flash e o modo de busca web do GPT-4o recorrem a domínios pouco conhecidos, oferecendo referências diferentes da lista de links convencional.

O levantamento utilizou consultas de diversas fontes, incluindo perguntas enviadas ao ChatGPT (dataset WildChat), tópicos políticos do AllSides e os 100 produtos mais pesquisados da Amazon.

Página do Google em um notebook
Buscas geradas por IA tendem a citar fontes que muitas vezes não aparecem nem entre os 100 primeiros resultados de uma pesquisa orgânica no Google (Imagem: DC Studio/Shutterstock)

IA busca diversidade, mas omite aspectos secundários

Os resultados revelaram que, em geral, os sites citados pelos mecanismos de busca com IA estão fora dos domínios mais populares, segundo o rastreador de domínios Tranco. No caso do Gemini, a mediana das fontes estava fora dos 1.000 principais domínios. Já o Google AI Overviews apresentou 53% das fontes fora do top 10 do Google e 40% nem apareciam entre os 100 primeiros links para a mesma consulta.

Apesar de citar sites menos populares, os mecanismos de IA não necessariamente apresentam resultados piores. Os pesquisadores observaram que buscas baseadas em GPT tendem a recorrer a fontes confiáveis como corporações e enciclopédias, raramente citando redes sociais. Além disso, a IA consegue combinar informações pré-treinadas com dados encontrados na web, garantindo respostas diretas e concisas.

A maioria das fontes citadas nos resumos de IA não aparece entre os 10 principais resultados de links do Google para a mesma pesquisa.
A maioria das fontes citadas nos resumos de IA não aparece entre os 10 principais resultados de links do Google para a mesma pesquisa (Imagem: Kirsten et al)

Vantagens e limitações das buscas com IA

Um ponto positivo das buscas com IA é a capacidade de sintetizar informações de forma compacta. No entanto, essa compressão pode omitir aspectos secundários ou ambíguos, especialmente em termos ambíguos, como nomes compartilhados por diferentes pessoas. Para consultas mais recentes, ferramentas como o GPT-4o com Search Tool podem depender demais de dados pré-treinados, respondendo com pedidos de mais informações ao invés de buscar resultados atualizados.

Leia mais:

Principais diferenças observadas entre buscas tradicionais e IA:

  • IA cita sites menos populares que não aparecem no top 100 do Google;
  • Busca combina conhecimento pré-treinado com fontes externas;
  • Omite detalhes secundários em termos ambíguos;
  • Prefere fontes corporativas e enciclopédicas, evita redes sociais;
  • Pode não fornecer informações atualizadas em consultas recentes.
A busca do Google Gemini, em particular, teve maior probabilidade de citar domínios de baixa popularidade.
A busca do Google Gemini, em particular, teve maior probabilidade de citar domínios de baixa popularidade. (Imagem: Kirsten et al)

Os autores destacam que ainda não é possível afirmar se buscas com IA são melhores ou piores que os resultados tradicionais. Eles sugerem a criação de novos métodos de avaliação que considerem diversidade de fontes, cobertura conceitual e comportamento de síntese nos sistemas de busca generativa.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.